domingo, 13 de janeiro de 2013

José Petitinga








José Petitinga


José Petitinga ou José Florentino de Senna  seu nome original .



Nasceu num domingo, às 12 horas, na fazenda “Sítio da Pedra”, margem direita do rio Paraguaçu, termo de Monte Cruzeiro, Comarca de Amargosa, no Estado da Bahia, em 2 de dezembro de 1866. Era filho de Manoel Antônio de Senna e Dona Maria Florentino de Senna.


Muito moço ainda, aos 11 anos, em 21 de agosto de 1877, mal terminara seus primeiros estudos, feitos no torrão natal, abraçara a carreira comercial, empregando-se na "Casa de Drogas e Ferragens" de Francisco Torquato Barreto, na cidade de Nazaré, onde, pela revelação de seu grande talento e esforço, foi logo escolhido para o serviço de escrita.



Em 1º de agosto de 1895, assumiu a função de guarda-livros da “Empresa Viação do São Francisco”, cargo que exerceu até 1912.




FONTE:
FEEB. Disponível em http://feeb.com.br. Acesso: 13 JAN 2013.

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A camélia branca , símbolo dos abolucionistas



O revolucionário republicano e abolicionista




Desde jovem, tomou parte ativa nos movimentos cívicos e políticos do Abolicionismo e da República, batendo-se por essas duas causas nos jornais da época, o que logo lhe granjeou justificada notoriedade.


 Afirma Zêus Wantuil:




“Seus patrões, entretanto, altos comerciantes dessa praça, não gostaram dessa notoriedade; censuraram 
 o jovem idealista que – diziam –, assim, comprometia seu trabalho e colocava mal a firma, a qual – dizemos – era composta de autênticos monarquistas carunchosos e reacionários".



 Sendo criticado por seus adversários monarquistas, um deles teria se referido aos seus artigos de uma forma pejorativa, dizendo que o autor daquelas idéias não passava de um “petitinga” (peixe de água doce, sem muito significado na região).



 Para poupar  os seus patrões e poupar-se a si mesmo, o jovem  panfletário começou a colaborar na imprensa sob o  pseudônimo de Petitinga, pelo qual passou a ser  conhecido por todos os seus conterrâneos.



Assim, resolveu adotá-lo como sobrenome, em substituição  a “Florentino de Sena”, fazendo, para tanto,  declaração pública em cartório.



Dotado de sólida  cultura geral, orador exímio, beletrista incomparável,  zeloso cultor do vernáculo, a ponto de merecer de  Cesar Zama , político latinista e orador baiano, a  seguinte afirmação:


“na Bahia, em conhecimentos  de Latim, eu, e de Português, o Petitinga”.












O jornalista



Estreou na imprensa no jornal 7 de Janeiro, que se editava na heróica e legendária cidade de Itaparica.


Colaborou ainda nos jornais:

O Regenerador, da cidade de Nazaré, Gazeta de Amargosa, O Duende, Tentâmen, Gazeta da Tarde, Cidade de Juazeiro, Palinuro, Crisálida, Correio de Alagoinhas, Folha de Juazeiro, Diário da Bahia, e foi fundador do jornal A IDÉIA.


No Republicano,D’A Cidade de Juazeiro, fundado por Raymundo Azevedo e lançado em 1º de maio de 1896 e do Correio de São Francisco, dirigido pelo Cel. Jesuíno Inácio da Silva, quando Juazeiro comemorava, festivamente, o aniversário do advento da República.



Salientou-se como destemido batalhador e defensor das idéias republicanas. Destacou-se como colaborador do semanário






O Poeta



Aos vinte anos, dava a público o seu primeiro livro de poesias, denominado Harpejos Vespertinos, seguido, mais tarde, de Madressilvas e Tonadilhas, obras que mereceram grandes elogios de vários jornais, até mesmo o República Federal e o velho Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, que considerou Tonadilhas o melhor livro de versos publicado naquele ano, em todo o Brasil.




A Transformação



Proclamada a República, vendo deturpados os ideais democráticos pelos integrantes do governo, o seu calor e entusiasmo pelas coisas pátrias sofreram grande transformação.



Retirou-se para o labor da sua profissão, o lar da família, os encantos da sua biblioteca e para os ensinamentos espíritas, aos quais desde então se dedicou plenamente, o que também concorreu para a modificação do seu arrebatado temperamento de jovem.



Viajando, certa vez, a bordo do navio que fazia a linha regular Salvador/Nazaré, notara que o seu amigo, Dr. Flávio Guedes de Araújo, absorvia-se totalmente na leitura de um livro.



Curiosamente, aproveitando-se de uma pausa que o amigo fizera na leitura, pôs-se a folheá-lo, quando o amigo, surpreendendo-o, indagou se ele também gostava do assunto ali versado, desenrolando-se assim o seguinte diálogo:


– Que é isto? É o “Livro dos Espíritos”;


– Essa coisa que faz malucos?


Pois, como sentença, você vai lê-lo todo, durante o resto da viagem...



Após a leitura de “O Livro dos Espíritos”, Petitinga iniciou um período de estudos e perquirições sobre a doutrina, revendo seus conceitos e seus ideais.


Com a leitura dos livros espíritas foi mudando substancialmente sua visão da sociedade, de si mesmo e do outro, levando-o a criar o “Grupo Espírita Caridade”, na cidade de Juazeiro e um abrigo com seis casas para acolher os necessitados.







O Apóstolo da Unificação



Chegando em Salvador, por volta de 1912, reviveu em sua residência o Grupo Espírita Caridade, participou do Centro Espírita Religião e Ciência, primeira organização federativa do Estado, fundada em 15 de agosto de 1897 e criou com outros companheiros, a União Espírita Baiana, em 25 de dezembro de 1915, inspirada nos ideais federativos da Federação Espírita Brasileira.


Para tanto, Petitinga, pacientemente, percorreu com seus pares, os vários grupos espíritas existentes em Salvador, convocando a todos a participarem da criação de uma instituição de caráter federativo, tendo em cada visita sensibilizado os companheiros a aderirem ao empreendimento.


Ele chamou de “reuniões de peregrinação”, que começaram no dia 03 de outubro, em homenagem a Kardec, que tiveram o objetivo de consolidar os ideais que fundamentavam a necessidade da criação da nova casa, culminando, em 25 de dezembro, com a fundação da União Espírita Baiana.


Depois, durante o primeiro ano, continuou realizando as reuniões em cada grupo espírita, buscando cada vez mais estreitar os laços de fraternidade e divulgar as idéias de unificação do movimento espírita.


Em 1920, com muito esforço e dos demais companheiros, adquire a sede própria da União, Largo do Cruzeiro de São Francisco, então nº 12, Pelourinho. Permaneceu na presidência da instituição, até 1939, por insistência de todos, pela reconhecida magnitude de seu trabalho e pela lisura com que conduzia a Casa.




A Imortalidade


Petitinga continua trabalhando em prol de seu crescimento e da iluminação de consciências, tendo páginas psicografadas através de médiuns, entre eles, Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco.

Fonte:
PETITINGA FILHO,Archibaldo.José Petitinga - O Apóstolo da Unificação





A Despedida



No dia 12 de março de 1939, já septuagenário, estando “em plena atividade na sua cátedra doutrinária, na União Espírita Baiana – cátedra por ele honrada e ilustrada de muitos anos – foi acometido de mal súbito.


Transportaram-no ao leito, de onde não mais se deveria erguer, em corpo, para indubitável e, maiormente fazê-lo em espírito”, em 25 de março de 1939, sábado, por volta das 4:30 horas da madrugada, assistido por sua esposa Maria Luiza Petitinga e seus filhos.


O Diário de Notícias, de 27 de março de 1939, assim comunicou, oficialmente, o desencarne de José Petitinga:



“Foi extraordinariamente concorrido o enterro, anteontem, do sr. José Petitinga, diretor da Companhia Progresso e União Fabril da Bahia S. A e presidente da União Espírita Baiana.


O comm. Bernardo Catharino, presidente daquela Companhia, logo que teve conhecimento do lutuoso acontecimento, determinou o fechamento de todas as fábricas e suspendeu o expediente do escritório central, oferecendo vários ônibus para condução dos operários, sendo depositadas, em nome da direção, do operariado e do pessoal do escritório, várias capelas de flores naturais.



A firma Moraes & Cia., também se associando às justas homenagens prestadas à sua memória, encerrou ao meio-dia o seu expediente, tendo os seus sócios e auxiliares comparecido ao enterramento.



Além dos vários vultos do comércio e da indústria, esteve igualmente presente a diretoria da União Espírita da Bahia, tendo falado ao sair do féretro o sr. Manoel Miranda e á beira do túmulo o sr. Paulo Alberto.



O acompanhamento de carros e marinetes foi numerosíssimo e ainda maior o número de capelas, palmas, ramos de flores naturais, etc.


Era o extinto, casado em segundas núpcias, com a Sra. D. Maria Luiza Petitinga, existindo do primeiro consórcio os seguintes filhos: Archibaldo Petitinga, Astrogildo Petitinga, Alice Petitinga e Antonieta Petitinga, estas, casadas, respectivamente, com os Srs. Augusto Rodrigues da Silva e Manoel Rodrigues Nascimento, havendo vários netos.


O morto, que era entre nós, principal vulto do espiritismo, a cuja doutrina se dedicava de corpo e alma, possuindo neste sentido valiosíssima e importante biblioteca, era, ainda, poeta apreciável e grande conhecedor da língua portuguesa, tendo colaborado, em tempo, na imprensa baiana e foi abolicionista e republicano fervoroso.


Grande parte da sua vida passou na Viação do S. Francisco, na qual exerceu vários cargos importantes, até o de diretor da mesma”.







Falando de Petitinga



José Petitinga, após a leitura de O Livro dos Espíritos, iniciou um período de estudos sobre a Doutrina, levando-o a criar o “Grupo Espírita Caridade”, na cidade de Juazeiro, da Bahia, para onde se transferira.



Neste grupo, uma elevadíssima Entidade Espiritual, que assinava com o nome de “IGNOTUS” , se revelou protetora do jovem e futuroso Espírita José Petitinga, dando, através do médium Floris de Campos Neto, belas e incentivadoras mensagens.



Esse espírito continua enviando-nos mensagens do plano espiritual, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco.



No Livro Roteiro de Libertação, IGNOTUS, aproveitando a passagem de Divaldo Franco, por Roterdam, Holanda, nos presenteia com o seguinte texto :





O AMIGO



Um afirma: “Depois da paz íntima e da saúde, o amigo é o mais valioso tesouro da vida.



Ele se sobrepõe à consanguinidade, aos laços de parentesco corporal, sendo, não raro, mais fiel e devotado do que muitos irmãos.



Penso, mesmo, que a paz e a saúde muito devem aos afetos que cercam a criatura, facultando-lhe a harmonia”.



Discordava o outro: “Creio diferente.


O mundo é egoísta e o homem avaro.


O mais importante, na vida, é o dinheiro.


Depois, tudo pode ser adquirido: paz, saúde e amigo. Sem dinheiro, o homem é nada”.


Concluía o segundo:


“Não lhe desconheço os valores morais.


Mas, sem querer despretigiá-lo, na linha da seleção entre todos os bens que me cercam, eu opto pelo dinheiro”


Passaram tempos.


Os utilitaristas enriqueceu-se de moedas; gozou os favores breves da fortuna, que mudou de mãos; enfermou; experimentou o abandono, a amarga soledade e a dor …


O amigo conheceu a escassez de recursos financeiros, de triunfos e aplausos.


Nunca, porém, sofreu a solidão, nem o desespero.


Quando o outro, que o olvidara, tombou no esquecimento geral, foi ele quem distendeu as mãos da amizade para evitar-lhe a derrocada total.



Examina tuas posses e seleciona a jóia de amizade, preservando-a como tesouro de incalculável significação.


Se não encontrares amigos, sê o devotado companheiro de outro que depares no teu caminho.
Feliz é aquele que se faz o amigo de todos.

Ignotus




O Desencarne - 1939


Após a Proclamação da República, vendo deturpados os ideais democráticos pelos homens do governo, Petitinga dedica-se mais ao labor da sua profissão, o lar da família, os encantos da sua biblioteca e para os ensinamentos Espíritas, aos quais desde então se dedicou plenamente …



Petitinga fixou residência em Salvador, sucessivamente, em vários locais, como na Rua Carlos Gomes, numa rua do Pelourinho, no Porto dos Tainheiros 88 Itapagipe, na Av. Joana Angélica, no Bairro da Graça e, finalmente, na Rua do Limoeiro, Bairro de Nazaré, local onde desencarnou.



“No dia 12 de março de 1939, um domingo, estando “em plena atividade na sua cátedra doutrinária, na União Espírita Baiana – cátedra por ele honrada e ilustrada de muitos anos - , foi acometido de mal súbito.


Transportaram-no ao leito, de onde não mais se deveria erguer, em corpo, para indubitável e maiormente fazê-lo em espírito”, em 25 de março de 1939, sábado, por volta das 4h:30 da madrugada, assistido por sua esposa Maria Luíza Petitinga e seus filhos.”


O Diário de Notícias, de 27 de março de 1939, informou oficialmente o desencarne de José Petitinga:


“Foi extraordinariamente concorrido o enterro, antehontem, do Sr. José Petitinga, diretor da Companhia progresso e União Fabril da Bahia S.A e presidente da União Espírita Baiana…


…O morto, que era entre nós, principalmente vulto do espiritismo, a cuja doutrina se dedicava de corpo e alma, possuindo neste sentido valiosíssima e importante biblioteca, era ainda, poeta apreciável e grande conhecedor da língua portuguesa, tendo colaborado, em tempo, na imprensa baiana e foi abolicionista e republicano fervoroso.


Grande parte da sua vida passou na Viação do S.Francisco, na qual exerceu vários cargos importantes, até o de diretor da mesma”.


“Ainda sendo velado seu corpo na rua do Limoeiro, no bairro de Nazaré, Petitinga, por volta das 15h:30, por intermédio da médium que o acompanhava nas Reuniões, não só da União Espírita Baiana, como do seu lar, aos domingos à tarde, reunião esta que contava sempre com a presença de vários companheiros, a exemplo de Arnaldo Figueiredo, Paulo Alberto, Manoel Philomeno de Miranda, entre outros, deu uma comunicação, comprovando que a vida é uma e as existências corporais são várias.”








Poeta do Amor

Archibaldo falando sobre o estro de Petitinga…


“O saudoso Aprígio Araújo, um dos diretores da União Espírita Baiana, na palestra proferida em 1965, na casa de Petitinga, como é carinhosamente conhecida a Sede Seccional da Federação espírita do Estado da Bahia, assim se expressou sobre a poesia Ascensão” :


“Leiamos esta joia em que o seu estro, transcendendo os limites da emotividade terrena, alcandora-se aos páramos etéreos da imaginação, num hinário de sublime divinização à excelsa virtude – Caridade”.


Vamos então conhecer este poema que José Petitinga compôs, a magistral Ascensão …







Ascensão



Do Espaço a gaze fúlgida rasgando,
Procura a nossa lúgubre morada,
As asas luminosas agitando,
Uma visão de estrelas coroada.


Enquanto desce, as trevas dissipando,
De Deus a mensagem abençoada,
Parte da Terra, o Céu azul buscando,
Uma alma pela dor santificada.


Encontram-se. Aquela que descia
Da plaga etérea disse, sorridente,
À que da Terra para o Céu subia


E que a escutava no mais doce enleio:
-”Quero levar-te aos pés do Onipotente.
Chega-te a mim; acolhe-te ao meu seio!”


II


E se elevaram ambas. Um cortejo
De bênçãos siderais as foi seguindo.
Banhava-as um dulcíssimo lampejo,
Como da aurora quando vem surgindo.


Harmonioso e suave rumorejo
Ia vibrando pelo espaço infindo …
Dir-se-ia de Jesus o casto beijo
Da Humanidade as culpas redimindo.


Uma delas falou: - “Quem és? Teu nome?”
-”Sou o faminto a quem mataste a fome;
O cativo a quem deste liberdade;


A órfã sem pão; a viúva sem abrigo;
Sou a calceta; o hóspede; o mendigo …
Sou a filha do cristo – a Caridade”.


III


É a voz da Caridade, a voz bendita,
Cuja harmonia só Jesus conhece,
Que as almas ilumina e que esclarece
As consciências onde o crime habita;


Voz que inspira o Perdão, que reabilita
O ser falido que mal padece,
Que faz dos corações brotar a prece,
Que a alma arrependida ressuscita …


À voz da Caridade um brilho intenso,
Como de muitos sóis, vitorioso,
Inundou de clarão o espaço imenso,


Rendendo preito à viajante etérea,
Que ia em busca do Todo-Poderoso
Já liberta das faixas da matéria.






Divaldo Franco encontra José Petitinga - 1944


Divaldo Franco relata : “Meu primeiro contato espiritual com José Petitinga. ”


“No ano de 1944, residindo em Feira de Santana (BA), conheci a senhora Ana Ribeiro Borges ( Dona Nana ), admirável médium, que estava em visita à cidade, a convite de amigos da família Figueiredo, de origem soteropolitana.



Graças a uma prima, Clarice Rosa de Souza, fui abençoado pela gentileza da nobre dama, que me arrancou das aflições obsessivas em que me encontrava, sob a ação do meu próprio irmão, há pouco desencarnado.



Em face da sua bondade e dos seus conhecimentos, fui levado ao Centro Espírita Jesus de Nazaré, da mesma cidade, onde comecei a participar das primeiras reuniões espíritas de natureza mediúnica, ali iniciando-me na incomparável Doutrina codificada por Allan Kardec.



Dona Nana afirmava haver conhecido o apóstolo José Petitinga, de cujas mãos recebera o pábulo espiritual do conhecimento libertador, porque, portadora de mediunidade e desconhecendo totalmente o Espiritismo, foi através dele que recuperou a saúde física e psíquica, passando a cooperar nas reuniões por ele realizadas na sua residência em Salvador”…



Caminharás, quase a sós, como todos aqueles que O amam … Mas não te preocupes. Procura ser fiel e avança na Sua direção.



Jamais estarás a sós, porquanto, nós outros, os teus Amigos espirituais, seguiremos contigo em todos os momentos, casa perseveres fiel ao compromisso assumido.



“Nunca temas! Ele aguarda pacientemente por ti.”



E disse muito mais …



À medida em que falava, eu me senti transportado a uma Região feliz, onde música suave embalava o ar, deixando-me penetrar pelas suas palavras carinhosas e severas ao mesmo tempo.



Ao retornar à lucidez total, estava com a face banhada de lágrimas de felicidade.



… E realmente, nunca o dedicado Benfeitor e outros Amigos Espirituais me abandonaram, embora as minhas muitas defecções e dificuldades de ascensão.
Anos mais tarde, convivendo com o apóstolo de mediunidade, Chico Xavier, o Sr. Petitinga me escreveu por intermédio do querido amigo, o poema que anexo …





Salvador, 2 de julho de 2005”




Na Jornada

 Grafado em português etimológico …


Somos velhos e exhautos peregrinos,

Rebentos de sombrios desenganos,

Procurando na dádiva dos annos,

Esquecer os passados desatinos.



Busquemos em Jesus os dons divinos,

Fugindo no caminho, os novos dannos,

Aceitando-lhe os braços soberanos,

Os exemplos e lucidos ensinos.



Deixemos para traz trevas e escombros,

Seja a dor cruz sublime em nossos hombros,

Pela renovação que nos invade!


E de mãos no trabalho e fronte erguida,

Colheremos no topo da subida

A luz eterna da immortalidade.


José Petitinga



(Página psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, na residência de seu irmão André Luiz Xavier, na presença de Divaldo Franco – a mensagem foi para ele - , Armando Rocha, André Luiz Xavier, Martins Peralva e Sebastião Lasneau, na noite de 25 de fevereiro de 1950, em Pedro Leopoldo – MG )


FONTE:

SOCIEDADE ESPÍRITA JOSÉ PETITINGA . Disponível em http://josepetitingasaj.kit.net/petitinga.htm. Acesso : 13 JAN 2013.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Manoel Philomeno Batista de Miranda







Manoel Philomeno Batista de 

Miranda



Um dos grandes nomes do Espiritismo na Bahia e no Brasil, cuja contribuição para a difusão e organização da Doutrina Espírita no Estado é de valor inestimável.



Manoel Philomeno Batista de Miranda, filho de Manoel Batista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição, nasceu em Jangada, município do Conde Estado da Bahia, , 14 de novembro de 1876 e desencarnou em 14 de julho de 1942 e continua trabalhando até hoje .


A partir da década de 1970, o seu nome foi adotado em psicografias, através da mediunidade de Divaldo Franco .


Tendo iniciado a sua vida profissional desde 1887, veio a Salvador com os pais em 1894, a trabalho.


Diplomado como bacharel em comércio e fazenda pela Escola Comercial da Bahia (atual Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia) em 1910, “Miranda era um conjunto de dotes artísticos e perfeitos.


Tão grande na moral e na modéstia, que poucos o compreendiam” (SILVA, 1976). 


Teve conhecimento da Doutrina Espírita através do médium Saturnino Favilla, conhecendo, no mesmo ano, José Petitinga, com o qual estabeleceria uma duradoura relação de amizade.


No ano seguinte, começou a frequentar as reuniões da União Espírita Baiana/UEB, recém-fundada. 


A partir de 1920, engajou-se nas reuniões ordinárias da Diretoria da União, sendo eleito secretário no ano seguinte.


Segundo Leopoldo Machado, ele era conhecido pelo estilo especial de tratar e doutrinar os assistentes das sessões (mediúnicas) da União, sempre cheia de ouvintes interessados ou curiosos das lições espiríticas de Miranda, baseadas sempre e infalivelmente num magistral versículo evangélico. (...)


Gentleman, na expressão exata do termo, era um autêntico diplomata espírita, capaz de resolver todas as dificuldades que sobreviessem em qualquer sociedade, espírita ou não(SILVA, 1976).


Em 1939, com a desencarnação de José Petitinga, que era presidente da UEB, Manoel Miranda (como assinava) assumiu a presidência da União (na época ele era o vice-presidente). Escreveu 3 obras, sem assinar sua autoria: 


o opúsculo “Porque eu sou Espírita” (1931), em resposta ao padre Humberto Rohden;


“Resenha do Espiritismo na Bahia” (1940) e



 “Excertos que Justificam o Espiritismo” (1941). 


Ele foi pioneiro no trabalho de catalogação dos Centros Espíritas existentes no Estado, tendo cadastrado cerca 18 Casas Espíritas nos anos de 1940 e 1941, mas, dizia ele, sabia da existência de mais de 100 Grupos estabelecidos .


Incansável nos trabalhos da União, Manoel Miranda, que sofria de problemas cardíacos, nunca se furtava aos seus deveres enquanto espírita.


Sofrendo horrivelmente do coração, subia inúmeras escadas, afim de não faltar às sessões, sorrindo e sempre animado quando os espíritos, conhecedores do seu melindroso estado, remendavam-lhe o máximo repouso. (...) Mas ele, impávido, replicava que era o seu dever. (...) Sentia imensa alegria em dar os seus últimos dias a serviço do Cristo. Não deixaria jamais de subir aquelas escadas enquanto tivesse forças (SILVA, 1976).






Manoel Philomeno com sua família



Desencarnou às 21 horas do dia 14 de julho de 1942, aos 65 anos. Fiel discípulo da Seara do Mestre, até o seu desenlace, “demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita” (Projeto Manoel Philomeno de Miranda).


Seu desencarne foi veiculado por diversos meios de comunicação da época, como A Tarde e o Jornal da Bahia. Na revista “O Reformador”, de agosto de 1942, foi publicado um texto em sua homenagem, escrito por seu amigo baiano Leopoldo Machado:


Discípulo como nós, de José Petitinga, o Miranda assimilou mais e melhor do que nós as lições do mestre. Até a voz e o jeitão de expor a Doutrina, as atitudes e aspecto fisionômico! Vê-lo na tribuna, pregando o Espiritismo, a cabeça tão branca e a voz tão mansa, era ver a José Petitinga!  


Dir-se-ia a expressão material do mestre, como assinalamos em nosso Ide e Pregai...


Na mesma revista, por autor desconhecido:


Por telegrama, de 14 de julho próximo passado, recebemos de Aurélio de Assis, operoso colaborador da União Espírita Baiana, a notícia do trespasse desse velho trabalhador da seara de Jesus, que vinha, na presidência da prestigiosa instituição, mantendo altos créditos doutrinários, que de longa data, lhe imprimira o venerando e saudoso José Petitinga, de quem se fizera mais que amigo, fiel discípulo.(...)


Metódico por índole, disciplinado por princípio, Philomeno Miranda dedicava-se de corpo e alma ao instituto em que fez o seu tirocínio de muitos anos.


Ao lado de Petitinga, que tinha nele justificadas esperanças, qual vimos na conduta exemplar. 


Serenamente mantida, na cátedra da União, após a desencarnação do íntegro preceptor e velho amigo, de quem, dizem, assimilará não apenas a boa seiva doutrinária, mas os modismos pessoais, de suavidade, simplicidade e brandura. 


Quem assim se impunha à estima e admiração dos seus companheiros de líderes espiritistas, não podia deixar de apresentar um padrão de vida particular e social ilibado.


Porém, o seu trabalho não terminou com perda do corpo físico. Schubert (1990) traz um relato de Divaldo Pereira Franco:


No ano de 1950 Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro, uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda (...).


No ano de 1970 apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.


Quando chegou ao Mundo Espiritual, foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.


(...) Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar em livros.
Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio.


(...) Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da Obsessão”, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.


Através da psicografia de Divaldo, Manoel Philomeno de Miranda (como assina em suas obras agora) escreveu mais de 15 livros, desde a década de 70, publicados pela FEB (Federação Espírita Brasileira) e a editora LEAL (Livraria Espírita Alvorada), sendo seu mais recente livro, “Transição Planetária”, publicado em 2010. 


 (...)Manoel Philomeno de Miranda, cujas contribuições para a Doutrina foram e são do mais alto calibre, apesar da sua imensa simplicidade, comprovada por todos os que aqui o conheceram quando encarnado e aos que o conhecem enquanto valoroso espírito imortal que o é. 


Nossos singelos agradecimentos, nas palavras de Leopoldo Machado.


Uma coisa, querido irmão e amigo, nós podemos garantir: fizeste ótimo negócio, crê.


Deixar uma vida como a que vivias; e um mundo como o que deixaste; e uma situação geral como que a Terra atravessa, não é o motivo para pesares, mas para felicitações.


Eu te felicito, pois, Miranda amigo e irmão!





REFERÊNCIAS

Livros da União Espírita Baiana. (sem autoria)- Resenha do Espiritismo na Bahia. Tipografia Naval. Bahia, 1940;

__________________________________Excertos que Justificam o Espiritismo. Tipografia Naval. Natal, 1941


MACHADO, L. Miranda, irmão e amigo. In: O Reformador. Ano 60. Rio de Janeiro. Agosto, 1942


SCHUBERT, S. C. O semeador de Estrelas. LEAL. Salvador, 1990.


SILVA, A.M. Biografia de Manoel Philomeno Batista de Miranda. In: Presença Espírita n°33. Salvador. Novembro, 1976.









Livros psicografados




As obras de Manoel Philomeno, psicografados pela mediunidade de Divaldo Franco, têm sido publicados pela Federação Espírita Brasileira e pela Editora Leal, de Salvador.


Entre os principais títulos, destacam-se:


Nos Bastidores da Obsessão 1970 FEB;

Grilhões Partidos 1974 LEAL;

Tramas do destino 1976 FEB;

Nas Fronteiras da Loucura 1982 LEAL;

Painéis de Obsessão 1984 LEAL;

Loucura e Obsessão 1988 FEB;

Temas da Vida e da Morte 1996 FEB;

Trilhas da Libertação 1996 FEB;

Tormentos da Obsessão 2001 LEAL;

Sexo e Obsessão 2003 LEAL;

Entre os Dois Mundos 2006 LEAL;

Reencontro com a Vida 2006 LEAL;

Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos 2009 LEAL;

Transição Planetária 2010 LEAL;

Mediunidade Desafios e Bençãos 2012 LEAL;

Amanhecer de Uma Nova Era 2012 LEAL;








O mais recente lançamento 'TRANSIÇÃO PLANETÁRIA' , 2010 LEAL, versa sobre os mecanismos e as razões de ordem superior da transição planetária.





FONTE

FEEB. Disponível em http://feeb.com.br/manoel/index.html . Acesso: 12 JAN 2013.