quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Jacques Aboab

 



Jacques Aboab e Chico Xavier na década de 50


Jacques Aboab


Nascido em Constantinopla, antigo nome da atual cidade de Stambul, capital da Turquia, no dia 15 de abril de 1889, desencarnou no Rio de Janeiro, a 5 de fevereiro de 1969.

 

Judeu de nascimento, filho de Benedito Aboab e Clarisse Aboab, viveu toda a sua infância na Argélia, ao norte da África.

 

Em sua adolescência, transferiu sua residência para a França, onde se especializou- na faina de mascate, percorrendo toda França desde a Bretanha ao Midi e do Atlântico à Lorena, ganhando duramente a vida com o suor de seu rosto, nessa laboriosa tarefa de todos os dias.

 

Aprendeu a falar corretamente o idioma francês.

 

Ainda como mascate, percorreu vários países da Europa e do Oriente próximo, principalmente a Grécia e o Egito.

 

Posteriormente viajou para a América do Sul, percorrendo vários países.


Por fim, fixou residência definitiva no Brasil, que, com o seu espírito nômade, percorreu todo, repetindo aqui a sua experiência adquirida na França, no constante labor pela sobrevivência.


Com o seu baú de miudezas, ia de porta em porta, no contato com a nossa gente, amou profundamente a Pátria brasileira, adotando-a como sua.


Em suas andanças conheceu a excelência da Doutrina Espírita, justamente em Recife, Pernambuco. A convite de amigos visitou a "Casa dos Espíritas de Pernambuco", no Bairro das Graças, o seu primeiro contato com a Doutrina, fazendo-se adepto sincero e fervoroso.

 

Como judeu, estava acima de quaisquer discriminações raciais, havendo aceito os Evangelhos de Jesus de todo o seu coração.


Jesus, que fora o maior Profeta de sua raça, a expressão máxima de toda a Humanidade.

 

Transferindo-se para o Rio de Janeiro em definitivo, aqui se iniciou no "Ide e Pregai", percorrendo os Centros Espíritas, levando sua palavra e a sua fé imorredoura nas promessas de Jesus, que amou com toda sua alma de crente.

 

Em sua loja, na rua Moncorvo Filho, fundou o Grupo Espírita "André Luiz", hoje situado na rua Jiquibar, na Praça da Bandeira, em sede própria. Logo começou a ser solicitado para orador de Semanas Espíritas, Confraternizações e outros acontecimentos.


Viajou por vários Estados do Brasil, levando sua palavra evangelizada.

 

Onde quer que se organizasse uma Semana Espírita, lá estava o Jacques, como ave canora, com sua ternura, seu amor e o desejo sincero de evangelizar as massas.


Como espírita deixou uma folha enorme de serviços prestados.

 

Fundou várias Instituições,trabalhou e cooperou eficientemente, na certeza absoluta da imortalidade da alma, dando tudo de si, como espírita, como amigo e como irmão.


Como pregador, muito se destacou na Seara, pela sua maneira dócil e interpretativa dos textos e parábolas evangélicas, vivendo-as com sentimento e ternura sem igual, prendendo a atenção da assistência que acorria em massa para ouvi-lo.


O médium Peixotinho trabalhou por vários anos ao seu lado no Grupo Espírita "André Luiz", com sua mediunidade de efeitos físicos, produzindo fenômenos de materializações e de curas.


Foi diretor da Maternidade "Casa da Mãe Pobre", outra nobre e respeitável Instituição, que mereceu todo o seu trabalho e dedicação.

 

Foi grande na sua simplicidade, espírito liberal, seareiro da primeira hora, inteiramente convencido de que só o amor constrói para a vida.


Sentia no âmago do coração, em todos os instantes, as sábias e eternas lições evangélicas!


Todos vibravam diante da mansidão e serenidade de seu verbo, emoldurado de expressões salutares.


Possuía liderança espírita e reconhecida humildade, seus atos e suas atitudes condiziam com os ensinamentos pregados e exemplificados por Jesus.


Muitos o trataram por papai Jacques, tal o respeito e a admiração que sua figura veneranda infundia na alma de seus correligionários, principalmente da mocidade pela qual era por demais querido e estimado.


FONTE:

Personagens do espiritismo. Disponível em <https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Jacques-Aboab.pdf>. Acesso: 10 SET 2020.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Dr. Albert Sabin - "Este é o meu presente para todas as crianças do mundo ."






"Este é o meu presente para todas as crianças do mundo ."  Albert Sabin


" Muitos insistiram que eu patenteasse a vacina, mas eu não quis. Este é o meu presente para todas as crianças do mundo ".


Albert Sabin - médico que descobriu a vacina contra a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil.


Nascido na Polônia e naturalizado nos EUA, esteve diversas vezes no Brasil para acompanhar os estudos e pesquisas; também foi casado com uma brasileira.
Dr. Sabin renunciou aos direitos de patente pela criação da vacina, disponibilizando-a para toda humanidade.


Os capacitores enviados com grandes missões estão por toda a Terra, em todas as culturas e em todas as áreas do conhecimento.


Nossa singela homenagem a esse grande benfeitor da humanidade!






Albert Sabin   

Agosto/2014 
Por Marco Antonio Negrão


O médico e microbiologista Dr. Albert Bruce Sabin nasceu em 26 de agosto de 1906, em Bialystok,  atual Polônia, à época pertencente à Rússia. 


Em 1921, sua família migrou para os Estados Unidos, devido à perseguição contra os judeus. Naturalizado norte-americano, a adaptação da família foi difícil, em virtude da pobreza.

*
Com a ajuda de um tio, Albert Sabin começou seus estudos em odontologia, mudando depois para medicina. 


Em 1931, completou seu doutorado, na Universidade de Nova York.

*
Fez residência no Hospital Bellevue, de Nova York e trabalhou no Instituto Lister de Medicina Preventiva, em Londres (1934), como representante do Conselho Americano de Pesquisas.

*
Retornou aos Estados Unidos, tornando-se catedrático de pediatria na University of Cincinnati College of Medicine (1939-1946) e chefe da divisão de doenças infecciosas de uma de suas unidades de pesquisa.

*
Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto servia como médico no exército americano desenvolveu vacinas contra a dengue e a encefalite japonesa, doenças que atacavam as tropas aliadas baseadas na África.

*
Como pesquisador, no assunto poliomielite – paralisia infantil (1946-1960), para o Instituto Rockefeller de Pesquisas Médicas, em colaboração com cientistas de outros países, foi o primeiro a demonstrar o crescimento do poliovírus no tecido nervoso humano fora do corpo. 


Foi ele que invalidou a teoria de que o poliovírus entra no corpo pelo nariz e pelo sistema respiratório, demonstrando que a poliomielite humana é uma infecção do trato digestivo.

*
Defendia que o vírus enfraquecido e vivo da poliomielite, administrado oralmente, daria imunidade por um longo período de tempo, em substituição à técnica de injeção com o vírus morto, conforme Jonas Salk (1953). 


Preparou então, uma vacina de uso oral de vírus vivos atenuados e, para garantir que a aplicação da vacina, por essa via, não traria riscos de contaminação e, sim,  imunidade mais duradoura contra a poliomielite, testou-a em si próprio.

*
Por esse motivo, em 1957, a Organização Mundial de Saúde – OMS decidiu testar a vacina no mundo. 


Comprovada a eficiência do produto, foi lançado no mercado em 1961/62, eliminando a paralisia infantil em muitos países por ela atingidos. 


Albert Sabin renunciou aos direitos de patente para facilitar a utilização da vacina em todas as partes do mundo.

*
A partir daí, Albert Sabin tornou-se conhecido mundialmente. Tornou-se membro do Instituto Weizmann de Ciência, na cidade de  Rehovot ( Israel), casou-se com a brasileira Heloísa Dunshee de Abranches Sabin  e esteve várias vezes no Brasil. 


Foi agraciado pelo governo brasileiro com a Grã-Cruz do Mérito Nacional (1967) e aposentou-se, em 1988, de suas atividades científicas.

*
O Brasil foi o primeiro país a implementar o Dia Nacional de Vacinação, conforme sugestão do Dr. Albert Sabin.

*
Hoje, no Brasil, a poliomielite é considerada,  pelas autoridades sanitárias, como doença erradicada (1994).  


Podemos olhar para nossas crianças, seguros de que esse mal terrível está dominado, graças à gotinha salvadora, embora, em dias passados, tenha causado males irreparáveis a uma parcela muito grande da população mundial.

*
Em países como Nigéria, Paquistão e Afeganistão, a poliomielite continua a ser endêmica.

*
A poliomielite  é uma doença infectocontagiosa, conhecida desde a pré-história. 


Em pinturas no Egito Antigo aparecem figuras com membros atrofiados. Também há referências na Roma Antiga.

*
Em 1846, o médico Jacob Heine, ortopedista alemão, escreveu um texto caracterizando a doença. 


Outro médico alemão, Karl Medin, iniciou os primeiros estudos da doença, que passou a ser chamada de Doença de Heine-Medin. 


Em 1908, o vírus foi isolado.

*
Qualquer resfriado dava medo. 


A doença era um mistério, atingia todas as classes sociais e ninguém sabia como se disseminava. 


A Europa sofreu grandes epidemias no século XIX e o Brasil tem registros da doença, desde o início do século XX. 


Esse pesadelo é bem mais recente do que parece. 


Até a poucos anos, víamos crianças usando aparelhos ortopédicos nas ruas e utilizando pulmões de aço nos hospitais (em cada duzentos casos, um provoca paralisia). 


Os membros inferiores são atingidos primeiro, mas, quando a doença chega aos músculos do sistema respiratório, é preciso usar um aparelho que permita a respiração artificial, como é o caso do pulmão de aço.

*
No Brasil, até o final da década de 70, havia dois mil e trezentos casos/ ano e, a partir de 1980, com a introdução das campanhas de vacinação em massa, foi decrescendo. 


Três anos depois, em 1983, a incidência foi de quarenta e cinco casos. 


A última vítima a ser atingida pela paralisia infantil foi em 1989, na cidade de Souza, Paraíba.

*
Devemos ressaltar o desprendimento desse espírito missionário, que trouxe a vacina para essa doença e, com plena consciência da sua tarefa e confiança na sua competência, aceitou autoinocular-se para mostrar o quanto era segura. 


Mais ainda, abriu mão dos seus direitos de patente, em favor da Humanidade.

*
Albert Bruce Sabin morreu, vitimado por ataque cardíaco, aos oitenta e seis anos, em sua casa, em Washington, em 3 de março de 1993.


*

Bibliografia:

Revista da Vacina – Ministério da Saúde – Centro Cultural da Saúde

Enciclopédia Britannica

www.guiadoestudante.abril.com.br




FONTE

NEGRÃO, Marco Antônio. Albert Sabin. Mundo Espírita.http://www.mundoespirita.com.br/?materia=albert-sabin >. Acesso 08 JUL 2020.