terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ermance Dufaux



Ermance Dufaux



 Ermance De La Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleau, França. Próxima a Paris, abrigava a residência oficial de Napoleão III e de outros nobres. O pai de Ermance, rico produtor de vinho e trigo, era um deles. Tradicional, a família Dufaux residia num castelo medieval, herança de seus antepassados.


Em 1853, a filha dos Dufaux começou a apresentar inquietante desequilíbrio nervoso e a fazer premonições. Por causa desse problema, seu pai procurou o célebre médico Cléver De Maldigny.


 Pelo relato do Sr. Dufaux, o médico disse que Ermance parecia estar sofrendo de um novo distúrbio nervoso, que havia feito diversas vítimas na América e que, agora, estava chegando à Europa. As vítimas da doença entravam numa espécie de transe histérico e começavam a receber hipotéticas mensagens do Além.


O médico aconselhou o Sr. Dufaux a trazer Ermance a seu consultório, o mais rápido possível. Assim foi feito. Alguns dias depois, a mocinha comparecia à consulta.


Maldigny colocou um lápis na mão da menina e pediu que ela escrevesse o que lhe fosse impulsionado. 



Ermance começou a rir, gracejando, mas, de súbito, seu braço tomou vida própria e começou a escrever sozinho. Ao ver-se dominada por uma força estranha, Ermance assustou-se, largou o lápis e não quis continuar a experiência.


Maldigny examinou o papel e confirmou seu diagnóstico. Os pais de Ermance ficaram extremamente preocupados. Como a família era famosa na corte, a notícia logo se espalhou em Paris e Fontainebleau, chegando aos ouvidos do Marquês de Mirvile, famoso estudioso do Magnetismo.


O Marques visitou o castelo dos Dufaux e pediu para examinar Ermance. Os pais aquiesceram, mas a mocinha teve que ser convencida. Por fim, Ermance colocou-se em posição de escrever e Mirvile perguntou ao invisível:


- Está presente o Espírito em que penso? Em caso positivo, queira escrever seu nome por intermédio da garota.



A mão de Ermance começou a se mover e escreveu:



- Não, mas um de seus parentes remotos.


- Pode escrever seu nome?


- Prefiro que meu nome venha diretamente à sua cabeça. Pense um instante.


- São Luís, rei de França (1), primo do primeiro nobre de minha família?


- Sim, eu mesmo.


- Vossa Majestade pode dar-me um prova de que é realmente o nosso grande rei?


- Ninguém nesta casa sabe que você e seus parentes me consideram o Anjo da Guarda da família.


Se Maligny via o caso de Ermance como doença, o Marquês também tinha suas explicações preconcebidas. Na sua opinião, ela apenas captava as idéias e pensamentos presentes no ambiente. Isso na melhor das hipóteses.


Na pior, a jovem estava sendo intérprete do Diabo, pois, como católico, ele não acreditava que os mortos pudessem se comunicar. Uma análise conclusiva deveria ser feita pela Academia de Ciências de Paris.


O Sr. Dufaux, no entanto, não levou o caso adiante. Embora também fosse católico, ele preferiu acreditar que sua filha não era doente ou possessa, mas apenas uma intermediária entre os vivos e os mortos. A família foi se acostumando com o fato e a faculdade de Ermance passou a ser vista como uma coisa natural e positiva.


Os contatos com São Luís passaram a ser frequentes. Sob seu influxo, ela escreveu a autobiografia póstuma do rei canonizado, intitulada "A história de Luís IX, ditada por ele mesmo". Em 1854, esse texto foi publicado em livro, mas a Censura do Governo de Napoleão III proibiu a sua distribuição. Os censores acharam que algumas passagens podiam ser entendidas como críticas ao Imperador e à Igreja.


O posicionamento favorável dos Dufaux ao neo-espiritualismo (spiritualisme) gerou retaliações. Numa confissão, Ermance recusou-se a negar sua crença nos Espíritos, atribuindo suas mensagens a Satanás, e foi proibida de comungar. A Imperatriz também esfriou seu relacionamento com a família. No entanto, o Imperador Napoleão III ficou curioso e pediu para conhecer a Srta. Dufaux.


Ela foi recepcionada no Palácio de Fontainebleau e recebeu uma mensagem de Napoleão Bonaparte para o sobrinho. A mensagem respondia a uma pergunta mental de Luís Napoleão e seu estilo correspondia exatamente ao de Bonaparte.


Com o tempo, os Espíritos também começaram a falar por Ermance. Em 1855, com 14 anos, Ermance publica seu segundo livro "spiritualiste" (na época, não existiam os termos espírita, mediunidade, etc). O primeiro a ser distribuído e vendido: "A história de Joana D'Arc, ditada por ela mesma" (Editora Meluu, Paris).


Segundo Canuto Abreu, a família Dufaux conheceu Allan Kardec na noite do dia 18 de abril de 1857. O Codificador teria dado uma pequena recepção em seu apartamento e os Dufaux foram levados por Madame Planemaison, grande amiga do professor lionês.


No final da reunião, Ermance recebeu uma belíssima mensagem de São Luís, que, a partir dali, tornaria-se uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos do Mestre. Segundo o ex-rei, Ermance, assim como Kardec, era uma druidesa reencarnada. Os laços entre os dois se estreitaram e ela se tornou a principal médium das reuniões domésticas do Prof. Rivail.


No final de 1857, Kardec teve a idéia de publicar um periódico espírita e quis ouvir a opinião dos guias espirituais. Ermance foi a médium escolhida e, através dela, um Espírito deu várias e ótimas orientações ao Mestre de Lion. O órgão ganhou o nome de "Revista Espírita" e foi lançado em Janeiro do ano seguinte.


Como o apartamento de Allan Kardec ficou pequeno para o grande número de frequentadores da sua reunião, alguns dos participantes decidiram alugar um local maior.


Para isso, porém, precisavam de uma autorização legal. O Sr. Dufaux encarregou-se de obter o aval das autoridades, conseguindo em quinze dias o que, normalmente, levaria três meses. Conquistada a liberação, o Codificador e seus discípulos fundaram a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em Abril de 1858.


Ermance foi uma das sócias fundadoras.


Durante o ano de 1858, Ermance recebeu mais duas autobiografias mediúnicas.


Desta vez, os autores foram os reis franceses Luís XI e Carlos VIII. O Codificador elogiou o trabalho da Srta. Dufaux (2) e transcreveu trechos das "Confissões de Luís XI" na Revista Espírita(3). Nesse mesmo ano, Kardec divulgou três mensagens psicografadas pela jovem sensitiva (4). Não temos notícia sobre a possível publicação das memórias de Carlos VIII.


Canuto Abreu revelou que Rivail a utilizou como médium na revisão da 2ª edição de O Livro dos Espíritos. Em 1859, Ermance não é mais citada como membro da SPEE nas páginas do mensário kardeciano. Isso leva-nos a crer que ela teria saído da Sociedade. Outro indício dessa suposição é que São Luís passou a se comunicar através de outros sensitivos (Sr. Rose, Sr. Collin, Sra. Costel e Srta. Huet).


Não há, igualmente, registros da continuidade do seu trabalho em outros grupos.


O que teria acontecido com Ermance? Teria casado e deixado a militância, como Ruth Japhet e as meninas Baudin? Teria se desentendido com Kardec? Teria mudado da França? Teria desanimado com o Espiritismo? São perguntas que só ela poderia responder. Seja como for, o Codificador continuou a divulgar seu trabalho.


Em 1860, ele noticiou a reedição de "A história de Joana D'Arc ditada por ela mesma", pela Livraria Lendoyen de Paris.


Em 1861, enviou vários exemplares desse livro, junto com suas obras, para o editor francês Maurice Lachâtre, que se encontrava exilado em Barcelona, Espanha.


O objetivo era a divulgação do Espiritismo em solo espanhol. Esses volumes acabaram confiscados e queimados em praça pública pela Igreja Católica no famoso Auto-de-fé de Barcelona.


"A história de Luís IX ditada por ele mesmo", foi liberada pela Censura e finalmente publicada pela revista La Verité de Paris em 1864. No início de 1997, a editora brasileira Edições LFU traduziu "A história de Joana D'Arc" para o português.


NOTAS: (1) Rei francês, filho de Luís VIII e Branca de Castela, nascido em 1215, coroado em 1226 e morto em 1270. Luís IX teve um reinado bastante conturbado.


Até 1.236 enfrentou a Revolta dos Vassalos e a Guerra dos Albigenses. Venceu duas batalhas contra os ingleses em 1242. Em 1249, organizou uma Cruzada, foi vencido e aprisionado. Resgatado, ficou na Palestina até 1252, quando voltou à França.


Empreendeu mais uma Cruzada e morreu de peste ao desembarcar em Tunis. Foi canonizado pela Igreja em 1297.


(2) Página 30 do Volume 1858, EDICEL.

(3) Páginas 73, 148 e 175, ibidem.

(4) Páginas 137, 167 e 317, ibidem.




REFERÊNCIAS:
ABREU , Silvino Canuto .O Livro dos Espíritos e sua tradição histórica e lendária, Edições LFU, São Paulo, 1992.

KARDEC, Allan . Obras Póstumas FEB, Rio de Janeiro, 1993.

KARDEC, Allan .Coleção Da Revista Espírita, EDICEL, São Paulo.




Fonte:

Divaldo Pereira Franco


Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco nasceu em 5 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Filho de Francisco Pereira Franco e Ana Alves Franco (desencarnados), desde a infância que se comunica com os Espíritos. Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943.


Ainda jovem, foi abalado pela morte de seu irmão mais velho, o que o deixou traumatizado e enfermo. Foram consultados diversos médicos especialistas, sem obter nenhum resultado satisfatório. Foi a mão amiga de dona Ana Ribeiro Borges que o conduziu à Doutrina Espírita, libertando-o do trauma e trazendo a consolação tanto para ele, como para toda a família.


Quando criança, a amizade sincera de um pequeno Espírito alegrou ainda mais os seus dias. Era o índio Jaguaraçu, que quer dizer: "Onça Grande". Ele vinha brincar com Divaldo no quintal de sua casa todos os dias. O índio aparentava ter uns cinco anos. Os dois amiguinhos brincavam sem perceber as horas passarem. Subiam em árvores, corriam pelo quintal, armavam lindos presépios na época de Natal. Colhiam musgos e folhagens para enfeitar as lapinhas, como eram chamados os presépios.


Aos 18 anos, em 1945, Divaldo mudou-se para Salvador, tendo sido aprovado no concurso para o IPASE (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado), onde ingressou em 05 de novembro de 1945.

Espírita convicto, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em 7 de setembro de 1947. Dois anos depois iniciou a sua tarefa de psicografia. Diversas mensagens foram escritas por seu intermédio. Sob a orientação dos Benfeitores Espirituais guardou o que escreveu, até que um dia recebeu a recomendação de que queimasse tudo o que escrevera até ali, pois não passava de simples exercício.


Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos Espíritos, dentre eles, Joanna de Ângelis, que durante muito tempo apresentava-se como "um Espírito Amigo", ocultando-se no anonimato à espera do instante oportuno para se apresentar. Joanna revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo agradável repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta as pessoas necessitadas de diretriz espiritual.


Desde 1952, mais de 600 filhos, educados sob o regime de Lares Substitutos: Três mil crianças e jovens carentes são atendidos todos os dias, gratuitamente, numa área de 77 mil metros quadrados, com 50 edificações, em 22 atividades sócio-educacionais na Mansão do Caminho: Enxovais, Pré-Natal, Creche, escolas de ensino básico e de nível ginasial, Informática, Cerâmica, Panificação, Bordado, Reciclagem de Papel, Centro Médico, Laboratório de Análises Clínicas, Atendimento Fraterno, Caravana Auta de Souza, Casa da Cordialidade e Bibliotecas.


Mais de 30 mil crianças passaram até hoje pelos vários cursos e oficinas da Mansão do Caminho, desde 1952.


Em, 1964, Joanna de Ângelis selecionou várias mensagens de sua autoria e enfeixou-as no livro "Messe de Amor", que se tornou o primeiro livro psicografado por Divaldo. Atualmente, o médium é recordista e conta com 200 títulos publicados, incluindo os biográficos que retratam a sua vida e obra.


A convite da ONU, Divaldo Franco participou do I Encontro Mundial pela Paz, no período de 28 à 31.08.2000, reunião de cúpula com líderes religiosos de todo o mundo - fato inédito na história da Humanidade - para debater e produzir uma proposta de paz.


O Professor Divaldo Pereira Franco recebeu, ao todo, 590 homenagens, sendo 148 delas oriundas de 64 cidades do Exterior, de 20 países, e 442 do Brasil, de 139 cidades, homenagens essas procedentes de Instituições culturais, políticas, universidades, associações beneficentes, núcleos espirtualistas, espíritas, etc.


Das condecorações recebidos no Exterior, destacam-se o título Doctor Honoris Causa em Humanidades, pela Universidade de Montreal, Canadá; Medaille de Reconnaisance Franco-Americaine-Classe Especial, do Instituto Humaniste de Paris; Medalha Câmara Municipal de Leiria, Portugal; Medalha da cidade de Lobito, oferecida pelo Poder Público de Angola, África; Doctor in Parapsicology pela Cyberan University, em Illinois, EUA.


No Brasil, mais de 80 títulos de cidadania honorária, concedidos pelos Poderes Públicos Municipais e Estaduais, sendo 16 deles de Capitais Federais.


Concedida por Decreto do Exmo Sr. Presidente da República às personalidades que se destacaram em âmbito nacional no trabalho em favor do próximo, recebeu o Diploma de Ordem do Mérito Militar, distinção federal.


Todas as homenagens estão reunidas no Acervo Técnico, localizado na Instituição. O Acervo é um prédio de dois andares com toda a infraestrutura necessária para conservar os documentos, certificados, diplomas, fotografias, objetos, quadros e medalhas oferecidos a Divaldo Franco. Todas as homenagens estão catalogadas e expostas.



Fonte : Mansão do Caminho.

domingo, 2 de setembro de 2012

Francisco Peixoto Lins (Peixotinho)




Francisco Peixoto Lins 

(Peixotinho)



Nasceu na cidade de Pacatuba, Estado do Ceará, no dia 1º de fevereiro de 1905, desencarnando na cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro, 16 de junho de 1966.


Seus pais foram Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto.


Bem cedo ficou órfão de pai e mãe e passou a conviver com seus tios maternos, em Fortaleza, Estado do Ceará, onde fez o curso primário. Em seguida matriculou-se no Seminário Católico, de acordo com o desejo de seus tios, que desejavam vê-lo seguir a carreira eclesiástica.


No Seminário sofreu várias penas disciplinares por manifestar a seus educadores dúvidas sobre os dogmas da Igreja.


Observando as desigualdades humanas, tanto no campo físico como no social, ficou em dúvida no tocante à paternidade e bondade de Deus. Se todos eram seus filhos, por que tantas diversidades? Indagava.


Por que razões insondáveis uns nascem fisicamente perfeitos e outros deformados? Uns portadores de virtudes angelicais e outros acometidos de mau caráter? Dizia então: “Se Deus existe, não é esse ser unilateral de que fala a religião católica.” Desejava saber e inquiria os seus confessores, os quais, diante das indagações arrojadas do menino, usavam o castigo e a penitência como corretivo.


Aos 14 anos de idade desistiu do Seminário e, com a permissão dos tios, transferiu-se para o Estado do Amazonas, em busca de melhores dias, enfrentando os trabalhos árduos dos seringais.


Ali trabalhou cerca de dois anos, resolvendo voltar para Fortaleza.


Nessa fase de sua vida, nele se manifestaram os primeiros indícios de sua extraordinária mediunidade, sob a forma de terrível obsessão.


Envolvido por espíritos menos esclarecidos, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de Ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino.


Esse estado anômalo acontecia a toda hora e Peixotinho, temendo conseqüências mais graves, deliberou não mais sair de casa.


Ali ficou acometido de nova influenciação dos espíritos trevosos, ficando desprendido do corpo cerca de 20 horas, num estado cataléptico, quase chegando a ser sepultado vivo, pois seus familiares o tinham dado como desencarnado.


Depois desse episódio, sofreu uma paralisia que o prostrou num leito de dor durante seis meses.


Nessa fase, um dos seus vizinhos, membro de uma sociedade espírita de Fortaleza, movido de íntima compaixão pelos seus sofrimentos, solicitou permissão à sua família, para prestar-lhe socorro espiritual, com passes e preces.


Ninguém em sua casa tinha conhecimento do Espiritismo e seus familiares também não atinavam com o verdadeiro estado do paciente, uma vez que o tratamento médico a que se submetia não lhe dava qualquer esperança de restabelecimento.


O seu vizinho iniciou o tratamento com o Evangelho no Lar, aplicando-lhe passes e dando-lhe a beber água fluida.


 A fim distrair-se, Peixotinho começou a ler alguns romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação Kardequiana. Em menos de um mês apresentava sensível melhora em seu estado físico e progressivamente foi libertando-se da falsa enfermidade.


Logo que conseguiu andar, passou a freqüentar o Centro Espírita onde militava o grande tribuno Vianna de Carvalho, que na época estava prestando serviço ao Exército Nacional em Fortaleza.


A terrível obsessão foi a sua Estrada de Damasco. O conhecimento da lei da reencarnação veio equacionar os velhos problemas que atormentavam a sua mente, dirimindo todas as dúvidas que o Seminário não conseguira desfazer.


Passou assim a compreender a incomensurável bondade de Deus, dando a mesma oportunidade a todos os seus filhos na caminhada rumo à redenção espiritual.


Orientado pelo major Vianna de Carvalho, Peixotinho iniciou o seu desenvolvimento mediúnico.


Tornou-se um dos mais famosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio produziram-se as famosas materializações luminosas e uma série dos mais peculiares fenômenos, tudo dentro da maior seriedade e nos moldes preceituados pela Doutrina Espírita.


Em 1926, foi convocado para o serviço militar e transferido para o Rio de Janeiro, sendo incluído em um batalhão do exército, na cidade fluminense de Macaé. Ali se dedicou com amor à prática do Espiritismo e, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Centro Espírita Pedro, instituição que por muito tempo se tornou a sua oficina de trabalho.


Em 1933, consorciou-se com Benedita Vieira Fernandes, de cujo matrimônio tiveram vários filhos. Por força da sua carreira militar, foi transferido várias vezes, servindo em Imbituba, Santa Catarina; Santos, São Paulo; no antigo Distrito Federal e em Campos, Rio de Janeiro. Onde chegava, procurava logo servir à causa espírita.


No ano de 1945, na cidade do Rio de Janeiro, encontrou-se com vários confrades, dentre eles Antônio Alves Ferreira, velho companheiro no Grupo Espírita Pedro, de Macaé.


Nessa época passou a freqüentar o Culto Cristão no Lar, realizado sistematicamente na residência daquele confrade.


Posteriormente, unindo-se a Jacques Aboab e Amadeu Santos, resolveram fundar o Grupo Espírita André Luiz, que inicialmente funcionou na Rua Moncorvo Filho, 27, onde se produziram, pela sua mediunidade, as mais belas sessões de materializações luminosas, as quais ensejaram ao Dr. Rafael Ranieri a oportunidade de lançar um livro com esse mesmo título.


Peixotinho prestava também o seu valioso concurso como médium receitista e curador.


No ano de 1948, encontrando-se pela primeira vez com o médium Francisco Cândido Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, teve a oportunidade de propiciar aos confrades daquela cidade, belíssimas sessões de materializações e assistência aos enfermos.


Em 1949 foi transferido definitivamente para a cidade de Campos, onde participou dos trabalhos do Grupo Joana D’Arc. Fundou também o Grupo Espírita Araci, em homenagem ao seu guia espiritual.


Peixotinho sofria de broncopneumonia, enfermidade que lhe causava muitos dissabores, porém ele suportava tudo com estoicismo, o mesmo podendo-se dizer das calúnias de que foi vítima, como são vítimas todos os médiuns sérios que se colocam a serviço do Evangelho de Jesus, dando de graça o que de graça recebem.


LUCENA, Antônio de Souza e GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. Edições FEESP, 1982. 1ª edição, SP.



Fonte:
FEPARANA Disponível em  http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=103. Acesso: 02 SET. 2012.



Fenômenos de Materialização com o médium Peixotinho 







Materialização do Espírito Ana, em 14/12/1953, onde pode se observar o médium Peixotinho em transe, deitado sobre a cama. Este médium realizou experiências na casa de Francisco Cândido Xavier permitindo, inclusive, através de sua faculdade, a materialização de amigos conhecidos do Chico.

Consciência espírita: www.consciesp.org.br 









Outra materialização realizada através do médium Peixotinho. Neste tipo de fenômeno, as entidades espirituais, para se fazerem visíveis e tangíveis, utilizam uma propriedade do médium de efeitos físicos, denominada ectoplasma. A forma como se dão estes fenômenos encontram-se explicadas cientificamente nas obas de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo 







Uma noite sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando subitamente percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois a sala iluminou-se novamente. No centro dela havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços, e elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma linda cascata de cabelos pretos até a cintura. 

Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. 

Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. 

Estava linda e donairosa. Levantei-me para abraça-la e senti bater o seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes e sua tênue feminilidade, disse-me: 



“Ora, Meu Meimei, aqui também nos preocupamos com nossa apresentação pessoal. A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno faze-nos mais belos, e afinal de contas, eu sou sua mulher. Preparei-me para você, seu moço. Não iria gostar de uma Meimei feia!"





Texto de Arnaldo Rocha (viuvo de Meimei),Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor" União Espírita Mineira Belo Horizonte, 1992.


Fonte:http://br.geocities.com/humildescomjesus/meimei.htm






Fotografia que mostra o médium Antônio Alves Feitosa, fornecedor do ectoplasma, com o espírito materializado atrás (Irmã Josepha). Do lado direito está Francisco Cândido Xavier. 

Esta fotografia foi feita por Nedyr Mendes da Rocha no ano de 1965, em Uberaba, MG, usando uma máquina fotográfica marca Roleiflex e filme Kodacolor de 100 ASA. 

Como os trabalhos de materialização são feitos no escuro, esta foto foi feita com o auxílio de flash. 

É interessante notar como o ectoplasma que sai da boca do médium, como se fossem panos, ‘cai’ na direção do chão, mostrando estar sujeito à ação da gravidade. No trabalho de materialização em que esta fotografia foi feita, também participou a médium Otília Diogo. Ela se encontrava sentada dentro da cabine.

TUBINO, Matthieu - Um "Fluido Vital" Chamado Ectoplasma. Publicações Lachâtre.





Processo de liberação ectoplasmática e materialização parcial do espírito de Dona Maria Gonçalves Duarte, que em vida fora esposa do conferencista espírita português, Isidoro Duarte Santos.


VASCONCELOS, Humberto. Do livro vida e obra de Peixotinho. 


Fonte:
Fraternidade Espírita Francisco Peixoto Lins, 1994.







No ectoplasma expelido pelo médium fotografou-se o rosto do espírito de Arthur Conan Doyle que em vida foi um estudioso do Espiritismo. Conan Doyle foi o criador do detetive Sherlock Holmes, personagem que atua em seus romances policiais. (Nota do compilador)

Fonte:
Página Espírita. Disponível em http://www.paginaespirita.com.br/materializacao.htm









Fonte: http://www.photographymuseum.com/doylefalg.html


O fenômeno de ectoplasmia pode dividir-se em três tipos:

a - A psicoplastia, quando o ectoplasma assume formas diversas devido à ação psicocinética exclusiva do médium.


b - A duplicação ectoplasmática, em que o perispírito do médium serve de organizador do ectoplasma, produzindo uma réplica do médium.


c - A produção de agênere ectoplasmático, na qual o médium funciona apenas como doador de ectoplasma. Sua modelagem opera-se à custa do perispírito de um segundo agente. É possível ainda que o Espírito de uma pessoa encarnada se sirva do ectoplasma de um doador e se manifeste em forma de agênere ectoplasmático. (L. Palhano Jr - Dicionário de Filosofia Espírita).


Fonte:
Página Espírita. Disponível em http://www.paginaespirita.com.br/ectoplasmia.htm


Vários tipos de fenômenos são atribuídos à condensação, maior ou menor, da energia da consciência. Entre eles, são citados, pelo menos, estes 4 tipos:


Materializações: a materialização momentânea de mãos, dedos, cabeças e corpos humanos completos, visíveis ou cobertos por tecidos, mas verificados através do tato.


Desmaterializações e rematerializações: objetos, "retirados" de ambientes externos ao ambiente do experimento, que surgem na sala onde está o(a) sensitivo e demais experimentadores;


Telecinesia: Efeitos físicos de movimento repentino ou previamente solicitado de objetos, incluindo aqui os giros de mesas, flutuação de cadeiras e até do(a) próprio(a) médium;


Extrafísico físico: Fenômenos que acontecem diretamente da dimensão extrafísica, mas com percepção na dimensão física, como batidas de palmas de mãos invisíveis; toque de mãos invisíveis nas mãos e no corpo de participantes de sessões de ectoplasmia; toque de notas em instrumentos musicais postos à distância dos experimentadores presentes; batidas nos móveis e paredes (raps).


Todas estas ocorrências sugerem sempre a presença de consciências extrafísicas, controlando as atividades antes mesmo do(a) médium ou dos pesquisadores presentes. Isso porque, em muitos casos, os fenômenos ocorrem sem aviso e à distância. Nesse caso, a manipulação da energia densa é feita pelas consciências que já passaram pela morte biológica.



Fonte:
Blog do Espiritismo. Disponível em http://blogdoespritismo.blogspot.com.br/2011/03/fenomenos-de-materializacao.html. ACesso: 02 SET. 2012.





DOCUMENTÁRIO FEB TV PEIXOTINHO E A MATERIALIZAÇÃO DOS ESPÍRITOS




Quando chegamos nesta Casa há algumas décadas, ouvimos de alguns diretores já desencarnados, Bandeirantes da Doutrina Espírita, os saudosos Djalma de Carvalho e Wilson Veiga, relatos de suas participações nas reuniões de materialização do médium Peixotinho, cujas reuniões tinham como objetivo o trabalho de cura. 


Através dos relatos neste excelente vídeo , tomamos conhecimento de que na década de 50 , os Espíritos materializados já realizavam tomografia, o que para a comunidade acadêmica e científica este exame complementar só ocorreu  a partir da segunda década do século XX.



 Sua esposa ,Dona Baby, Benedita Vieira Peixoto,foi seu grande ponto de apoio e  muito lhe ajudava.

Inicialmente em seu lar, a caridosa dupla acolhia quem fosse em busca de uma cura ou de um alívio para os seus males físicos ou morais. 


Antes do atendimento, ministravam-se as luzes consoladoras de O Evangelho segundo o Espiritismo. 


Peixotinho teve que fundar um grupo espírita, devido ao aumento de enfermos, passando a atendê-los no mesmo endereço, só que nos fundos do quintal da residência. 


Foi aí que, em 25 de dezembro de 1954, ele inaugurou o Grupo Espírita Aracy, homenagem a uma de suas filhas, desencarnada ainda criança, que havia sido Cristã e as materializações tornaram-se cada vez mais intensas.



Muitos puderam testemunhar materializações de Entidades desencarnadas, além de formas luminosas, de objetos trazidos de regiões distantes, de flores e outros fenômenos. 


Os Espíritos materializados apresentavam-se como magníficos luzeiros entre as pessoas, conversavam com elas, faziam cirurgias, discursavam sobre temas evangélicos, escreviam, declamavam poemas, versos, pintavam, desenhavam, compunham canções.


Nos surpreendemos com o número de Espíritos que se materializavam em uma mesma reunião e com o lindo relato de que em uma das reuniões, em que após a materialização  do querido Espírito Sheilla, muito conhecido do Movimento Espírita, o Espírito Clarêncio, Ministro de Nosso Lar que se materializou com seu manto e cajado de luzes, o que surpreendeu até mesmo o Espírito Sheilla ao exclamar : " Ministro!!!" e mesmo seu comentário de que " quem o via materializado, agora encarnado, não tornaria a vê-lo , quando desencarnasse" 


Convidamos a todos a conhecerem o início dos fenômenos, a repercussão pelo Brasil e o impacto causado em quem presenciou casos de cura, exemplos de abnegação ao Espiritismo e materializações de Espíritos como Scheilla, Zé Grosso, Nina Arueira e Clarêncio, ministro da cidade espiritual "Nosso Lar".



Os relatos são dos próprios familiares do médium, testemunhas oculares e do biógrafo de Peixotinho contando casos ocorridos em uma época de fundamental importância para o início da divulgação das ideias espíritas no Brasil.


Além das duas filhas e do filho de Peixotinho, participa do documentário Humberto Vasconcelos, o biógrafo do médium.