domingo, 2 de setembro de 2012

Francisco Peixoto Lins (Peixotinho)




Francisco Peixoto Lins 

(Peixotinho)



Nasceu na cidade de Pacatuba, Estado do Ceará, no dia 1º de fevereiro de 1905, desencarnando na cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro, 16 de junho de 1966.


Seus pais foram Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto.


Bem cedo ficou órfão de pai e mãe e passou a conviver com seus tios maternos, em Fortaleza, Estado do Ceará, onde fez o curso primário. Em seguida matriculou-se no Seminário Católico, de acordo com o desejo de seus tios, que desejavam vê-lo seguir a carreira eclesiástica.


No Seminário sofreu várias penas disciplinares por manifestar a seus educadores dúvidas sobre os dogmas da Igreja.


Observando as desigualdades humanas, tanto no campo físico como no social, ficou em dúvida no tocante à paternidade e bondade de Deus. Se todos eram seus filhos, por que tantas diversidades? Indagava.


Por que razões insondáveis uns nascem fisicamente perfeitos e outros deformados? Uns portadores de virtudes angelicais e outros acometidos de mau caráter? Dizia então: “Se Deus existe, não é esse ser unilateral de que fala a religião católica.” Desejava saber e inquiria os seus confessores, os quais, diante das indagações arrojadas do menino, usavam o castigo e a penitência como corretivo.


Aos 14 anos de idade desistiu do Seminário e, com a permissão dos tios, transferiu-se para o Estado do Amazonas, em busca de melhores dias, enfrentando os trabalhos árduos dos seringais.


Ali trabalhou cerca de dois anos, resolvendo voltar para Fortaleza.


Nessa fase de sua vida, nele se manifestaram os primeiros indícios de sua extraordinária mediunidade, sob a forma de terrível obsessão.


Envolvido por espíritos menos esclarecidos, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de Ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino.


Esse estado anômalo acontecia a toda hora e Peixotinho, temendo conseqüências mais graves, deliberou não mais sair de casa.


Ali ficou acometido de nova influenciação dos espíritos trevosos, ficando desprendido do corpo cerca de 20 horas, num estado cataléptico, quase chegando a ser sepultado vivo, pois seus familiares o tinham dado como desencarnado.


Depois desse episódio, sofreu uma paralisia que o prostrou num leito de dor durante seis meses.


Nessa fase, um dos seus vizinhos, membro de uma sociedade espírita de Fortaleza, movido de íntima compaixão pelos seus sofrimentos, solicitou permissão à sua família, para prestar-lhe socorro espiritual, com passes e preces.


Ninguém em sua casa tinha conhecimento do Espiritismo e seus familiares também não atinavam com o verdadeiro estado do paciente, uma vez que o tratamento médico a que se submetia não lhe dava qualquer esperança de restabelecimento.


O seu vizinho iniciou o tratamento com o Evangelho no Lar, aplicando-lhe passes e dando-lhe a beber água fluida.


 A fim distrair-se, Peixotinho começou a ler alguns romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação Kardequiana. Em menos de um mês apresentava sensível melhora em seu estado físico e progressivamente foi libertando-se da falsa enfermidade.


Logo que conseguiu andar, passou a freqüentar o Centro Espírita onde militava o grande tribuno Vianna de Carvalho, que na época estava prestando serviço ao Exército Nacional em Fortaleza.


A terrível obsessão foi a sua Estrada de Damasco. O conhecimento da lei da reencarnação veio equacionar os velhos problemas que atormentavam a sua mente, dirimindo todas as dúvidas que o Seminário não conseguira desfazer.


Passou assim a compreender a incomensurável bondade de Deus, dando a mesma oportunidade a todos os seus filhos na caminhada rumo à redenção espiritual.


Orientado pelo major Vianna de Carvalho, Peixotinho iniciou o seu desenvolvimento mediúnico.


Tornou-se um dos mais famosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio produziram-se as famosas materializações luminosas e uma série dos mais peculiares fenômenos, tudo dentro da maior seriedade e nos moldes preceituados pela Doutrina Espírita.


Em 1926, foi convocado para o serviço militar e transferido para o Rio de Janeiro, sendo incluído em um batalhão do exército, na cidade fluminense de Macaé. Ali se dedicou com amor à prática do Espiritismo e, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Centro Espírita Pedro, instituição que por muito tempo se tornou a sua oficina de trabalho.


Em 1933, consorciou-se com Benedita Vieira Fernandes, de cujo matrimônio tiveram vários filhos. Por força da sua carreira militar, foi transferido várias vezes, servindo em Imbituba, Santa Catarina; Santos, São Paulo; no antigo Distrito Federal e em Campos, Rio de Janeiro. Onde chegava, procurava logo servir à causa espírita.


No ano de 1945, na cidade do Rio de Janeiro, encontrou-se com vários confrades, dentre eles Antônio Alves Ferreira, velho companheiro no Grupo Espírita Pedro, de Macaé.


Nessa época passou a freqüentar o Culto Cristão no Lar, realizado sistematicamente na residência daquele confrade.


Posteriormente, unindo-se a Jacques Aboab e Amadeu Santos, resolveram fundar o Grupo Espírita André Luiz, que inicialmente funcionou na Rua Moncorvo Filho, 27, onde se produziram, pela sua mediunidade, as mais belas sessões de materializações luminosas, as quais ensejaram ao Dr. Rafael Ranieri a oportunidade de lançar um livro com esse mesmo título.


Peixotinho prestava também o seu valioso concurso como médium receitista e curador.


No ano de 1948, encontrando-se pela primeira vez com o médium Francisco Cândido Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, teve a oportunidade de propiciar aos confrades daquela cidade, belíssimas sessões de materializações e assistência aos enfermos.


Em 1949 foi transferido definitivamente para a cidade de Campos, onde participou dos trabalhos do Grupo Joana D’Arc. Fundou também o Grupo Espírita Araci, em homenagem ao seu guia espiritual.


Peixotinho sofria de broncopneumonia, enfermidade que lhe causava muitos dissabores, porém ele suportava tudo com estoicismo, o mesmo podendo-se dizer das calúnias de que foi vítima, como são vítimas todos os médiuns sérios que se colocam a serviço do Evangelho de Jesus, dando de graça o que de graça recebem.


LUCENA, Antônio de Souza e GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. Edições FEESP, 1982. 1ª edição, SP.



Fonte:
FEPARANA Disponível em  http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=103. Acesso: 02 SET. 2012.



Fenômenos de Materialização com o médium Peixotinho 







Materialização do Espírito Ana, em 14/12/1953, onde pode se observar o médium Peixotinho em transe, deitado sobre a cama. Este médium realizou experiências na casa de Francisco Cândido Xavier permitindo, inclusive, através de sua faculdade, a materialização de amigos conhecidos do Chico.

Consciência espírita: www.consciesp.org.br 









Outra materialização realizada através do médium Peixotinho. Neste tipo de fenômeno, as entidades espirituais, para se fazerem visíveis e tangíveis, utilizam uma propriedade do médium de efeitos físicos, denominada ectoplasma. A forma como se dão estes fenômenos encontram-se explicadas cientificamente nas obas de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo 







Uma noite sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando subitamente percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois a sala iluminou-se novamente. No centro dela havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços, e elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma linda cascata de cabelos pretos até a cintura. 

Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. 

Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. 

Estava linda e donairosa. Levantei-me para abraça-la e senti bater o seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes e sua tênue feminilidade, disse-me: 



“Ora, Meu Meimei, aqui também nos preocupamos com nossa apresentação pessoal. A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno faze-nos mais belos, e afinal de contas, eu sou sua mulher. Preparei-me para você, seu moço. Não iria gostar de uma Meimei feia!"





Texto de Arnaldo Rocha (viuvo de Meimei),Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor" União Espírita Mineira Belo Horizonte, 1992.


Fonte:http://br.geocities.com/humildescomjesus/meimei.htm






Fotografia que mostra o médium Antônio Alves Feitosa, fornecedor do ectoplasma, com o espírito materializado atrás (Irmã Josepha). Do lado direito está Francisco Cândido Xavier. 

Esta fotografia foi feita por Nedyr Mendes da Rocha no ano de 1965, em Uberaba, MG, usando uma máquina fotográfica marca Roleiflex e filme Kodacolor de 100 ASA. 

Como os trabalhos de materialização são feitos no escuro, esta foto foi feita com o auxílio de flash. 

É interessante notar como o ectoplasma que sai da boca do médium, como se fossem panos, ‘cai’ na direção do chão, mostrando estar sujeito à ação da gravidade. No trabalho de materialização em que esta fotografia foi feita, também participou a médium Otília Diogo. Ela se encontrava sentada dentro da cabine.

TUBINO, Matthieu - Um "Fluido Vital" Chamado Ectoplasma. Publicações Lachâtre.





Processo de liberação ectoplasmática e materialização parcial do espírito de Dona Maria Gonçalves Duarte, que em vida fora esposa do conferencista espírita português, Isidoro Duarte Santos.


VASCONCELOS, Humberto. Do livro vida e obra de Peixotinho. 


Fonte:
Fraternidade Espírita Francisco Peixoto Lins, 1994.







No ectoplasma expelido pelo médium fotografou-se o rosto do espírito de Arthur Conan Doyle que em vida foi um estudioso do Espiritismo. Conan Doyle foi o criador do detetive Sherlock Holmes, personagem que atua em seus romances policiais. (Nota do compilador)

Fonte:
Página Espírita. Disponível em http://www.paginaespirita.com.br/materializacao.htm









Fonte: http://www.photographymuseum.com/doylefalg.html


O fenômeno de ectoplasmia pode dividir-se em três tipos:

a - A psicoplastia, quando o ectoplasma assume formas diversas devido à ação psicocinética exclusiva do médium.


b - A duplicação ectoplasmática, em que o perispírito do médium serve de organizador do ectoplasma, produzindo uma réplica do médium.


c - A produção de agênere ectoplasmático, na qual o médium funciona apenas como doador de ectoplasma. Sua modelagem opera-se à custa do perispírito de um segundo agente. É possível ainda que o Espírito de uma pessoa encarnada se sirva do ectoplasma de um doador e se manifeste em forma de agênere ectoplasmático. (L. Palhano Jr - Dicionário de Filosofia Espírita).


Fonte:
Página Espírita. Disponível em http://www.paginaespirita.com.br/ectoplasmia.htm


Vários tipos de fenômenos são atribuídos à condensação, maior ou menor, da energia da consciência. Entre eles, são citados, pelo menos, estes 4 tipos:


Materializações: a materialização momentânea de mãos, dedos, cabeças e corpos humanos completos, visíveis ou cobertos por tecidos, mas verificados através do tato.


Desmaterializações e rematerializações: objetos, "retirados" de ambientes externos ao ambiente do experimento, que surgem na sala onde está o(a) sensitivo e demais experimentadores;


Telecinesia: Efeitos físicos de movimento repentino ou previamente solicitado de objetos, incluindo aqui os giros de mesas, flutuação de cadeiras e até do(a) próprio(a) médium;


Extrafísico físico: Fenômenos que acontecem diretamente da dimensão extrafísica, mas com percepção na dimensão física, como batidas de palmas de mãos invisíveis; toque de mãos invisíveis nas mãos e no corpo de participantes de sessões de ectoplasmia; toque de notas em instrumentos musicais postos à distância dos experimentadores presentes; batidas nos móveis e paredes (raps).


Todas estas ocorrências sugerem sempre a presença de consciências extrafísicas, controlando as atividades antes mesmo do(a) médium ou dos pesquisadores presentes. Isso porque, em muitos casos, os fenômenos ocorrem sem aviso e à distância. Nesse caso, a manipulação da energia densa é feita pelas consciências que já passaram pela morte biológica.



Fonte:
Blog do Espiritismo. Disponível em http://blogdoespritismo.blogspot.com.br/2011/03/fenomenos-de-materializacao.html. ACesso: 02 SET. 2012.





DOCUMENTÁRIO FEB TV PEIXOTINHO E A MATERIALIZAÇÃO DOS ESPÍRITOS




Quando chegamos nesta Casa há algumas décadas, ouvimos de alguns diretores já desencarnados, Bandeirantes da Doutrina Espírita, os saudosos Djalma de Carvalho e Wilson Veiga, relatos de suas participações nas reuniões de materialização do médium Peixotinho, cujas reuniões tinham como objetivo o trabalho de cura. 


Através dos relatos neste excelente vídeo , tomamos conhecimento de que na década de 50 , os Espíritos materializados já realizavam tomografia, o que para a comunidade acadêmica e científica este exame complementar só ocorreu  a partir da segunda década do século XX.



 Sua esposa ,Dona Baby, Benedita Vieira Peixoto,foi seu grande ponto de apoio e  muito lhe ajudava.

Inicialmente em seu lar, a caridosa dupla acolhia quem fosse em busca de uma cura ou de um alívio para os seus males físicos ou morais. 


Antes do atendimento, ministravam-se as luzes consoladoras de O Evangelho segundo o Espiritismo. 


Peixotinho teve que fundar um grupo espírita, devido ao aumento de enfermos, passando a atendê-los no mesmo endereço, só que nos fundos do quintal da residência. 


Foi aí que, em 25 de dezembro de 1954, ele inaugurou o Grupo Espírita Aracy, homenagem a uma de suas filhas, desencarnada ainda criança, que havia sido Cristã e as materializações tornaram-se cada vez mais intensas.



Muitos puderam testemunhar materializações de Entidades desencarnadas, além de formas luminosas, de objetos trazidos de regiões distantes, de flores e outros fenômenos. 


Os Espíritos materializados apresentavam-se como magníficos luzeiros entre as pessoas, conversavam com elas, faziam cirurgias, discursavam sobre temas evangélicos, escreviam, declamavam poemas, versos, pintavam, desenhavam, compunham canções.


Nos surpreendemos com o número de Espíritos que se materializavam em uma mesma reunião e com o lindo relato de que em uma das reuniões, em que após a materialização  do querido Espírito Sheilla, muito conhecido do Movimento Espírita, o Espírito Clarêncio, Ministro de Nosso Lar que se materializou com seu manto e cajado de luzes, o que surpreendeu até mesmo o Espírito Sheilla ao exclamar : " Ministro!!!" e mesmo seu comentário de que " quem o via materializado, agora encarnado, não tornaria a vê-lo , quando desencarnasse" 


Convidamos a todos a conhecerem o início dos fenômenos, a repercussão pelo Brasil e o impacto causado em quem presenciou casos de cura, exemplos de abnegação ao Espiritismo e materializações de Espíritos como Scheilla, Zé Grosso, Nina Arueira e Clarêncio, ministro da cidade espiritual "Nosso Lar".



Os relatos são dos próprios familiares do médium, testemunhas oculares e do biógrafo de Peixotinho contando casos ocorridos em uma época de fundamental importância para o início da divulgação das ideias espíritas no Brasil.


Além das duas filhas e do filho de Peixotinho, participa do documentário Humberto Vasconcelos, o biógrafo do médium.

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