domingo, 23 de novembro de 2014

Júlio Cezar Grandi Ribeiro





Julinho, como era chamado amorosamente, é um desses espíritas que fala fundo ao nosso coração não só pelas suas faculdades mediúnicas, mas pelo exemplo de vida que nos legou.

Em suas palestras  advertia que o espírita deve ser generoso, atencioso e carinhoso com o próximo, pois raras são as pessoas que se aproximam da Casa Espírita  sem trazer no coração uma bagagem de dor e sofrimento que desejam minimizar.

Querido amigo, que Jesus o ampare sempre e que o perfume de rosas que exalava pela presença da benfeitora Espiritual Sheilla, com a qual minimizou muitos sofrimentos através da mediunidade de efeitos físicos,  o envolva pela eternidade !


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— “Julinho, o servidor mediúnico deve, sempre, cuidar do “campo de aterrissagem”  dos Espíritos.Emmanuel jamais me passou outra orientação.

Aviões de grande porte procuram campos de pouso condizentes com as aeronaves.

Um planador, um “teco-teco”, um bimotor não necessitam mais que campos de reduzidas dimensões. Os aeroclubes, talvez.

É por isto que nossos Benfeitores recomendam disciplina em serviço, com disciplina no estudo e disciplina no amor ao próximo.

De minha parte eu nunca pude deixar estas recomendações, a fim de prosseguir servindo com Emmanuel.”


Chico Xavier









Júlio Cezar Grandi Ribeiro




Dando seqüência às sábias e amorosas manifestações do inesquecível médium mineiro, a “alma querida” de nosso Movimento Espírita com Jesus, reproduzimos trechos da entrevista do também médium e valoroso servidor da Doutrina, já desencarnado, Júlio César Grandi Ribeiro, publicada no livro “De Amigos para Chico Xavier, da Editora Didier.




“Apesar de ter tomado conhecimento da Doutrina Espírita por volta dos 16-17 anos, em minha cidade natal – Cachoeiro de Itapemirim – ES, integrando a Mocidade Espírita “Jerônymo Ribeiro”, do Centro Espírita de mesmo nome, devo confessar que aquela visita ao Chico (a primeira que Julinho fez ao médium, em Uberaba) marcou um novo período de minha história de vida. 


Poderei nomeá-lo, realmente, como um novo rumo em minhas atividades espíritas no Espírito Santo. 

Se antes fazia da Doutrina o alvo central de minha existência, após os contatos que mantive, e ainda procuro manter com o médium irmão, minha vida firmou-se em metas bastantes definidas, onde tenho procurado, acima de tudo, aprender com Kardec para servir melhor a Jesus. 


O Chico proporcionou-me, com seus exemplos e testemunhos, uma maior compreensão dessa Verdade que se me tornou uma obstinada meta. 


Firmei-me em alguns propósitos como a criação de uma escola para carentes, que vem sendo construída ao longo do tempo.


O Chico procurou, sobretudo, dotar-me de mais maturidade mediúnica, fazendo-me observador dos fenômenos que ocorriam a partir de minhas próprias faculdades. 


Mostrou-me a importância do zelo mediúnico, tornando-me bem mais consciente de minhas responsabilidades como médium, fossem quais fossem as especificidades em que elas se efetivassem. 


Jamais me imaginei lidando com o grande público, mas foi o Chico quem me alertou para esses compromissos com a Doutrina. 


Sempre me percebi muito tímido e receoso de qualquer projeção como médium, fora de meu núcleo espírita em minha cidade, em meu Estado de origem. 


Pois bem, o Chico mudou este quadro, orientando-me como expandir minhas possibilidades de servir e consolar através da mediunidade. 


Com ele fiquei menos frágil e mais forte aos embates do carreiro. 


Tomei uma atitude mais firme diante de meus opositores.


Por certo, eu já mantinha, a um tempo, contatos mais freqüentes com a “mãezinha” Yvonne Pereira, que sempre procurou me passar a vigilância no cultivo da mediunidade, com disciplina, estudo e zelo. 


Eu a visitava sempre que podia, no bairro Piedade, no Rio de Janeiro, quando, em viagens a serviço da Doutrina, eu dispunha de algum tempo na Cidade Maravilhosa.


Dona Yvonne era bastante diferente do Chico no seu modo de orientar: enérgica e severa, embora conselheira e muito amiga. 


Ajudou-me, também. 


Mas com o Chico, doce e brando, mas forte na hora da verdade, o tarefeiro de Bezerra de Menezes e discípulo de Emmanuel, com uma folha de serviços na mediunidade inquestionável, na condição de maior médium deste século, pude aprender mais o que ele próprio nomeava como “as manhas da mediunidade”.


Foi a partir de então que abracei serviços mais dilatados onde antes eu incursionava apenas como aprendiz iniciante. 


Ampliou-se-me o receituário mediúnico, agilizei-me na filtragem de páginas confortadoras para familiares dos desencarnados que me buscavam apoio fraterno, ganhei mais segurança nas tarefas de ectoplasmia. 


O Chico deu-me um grande incentivo à mediunidade em fenômenos de efeitos físicos, como desenho e pintura na obscuridade, modelagens e moldagens em parafina… tudo sob a sua orientação. Ensinava-me, sempre:


— “Julinho, o servidor mediúnico deve, sempre, cuidar do “campo de aterrissagem”  dos Espíritos. 


Emmanuel jamais me passou outra orientação. 


Aviões de grande porte procuram campos de pouso condizentes com as aeronaves. 


Um planador, um “teco-teco”, um bimotor não necessitam mais que campos de reduzidas dimensões. 


Os aero-clubes, talvez. 


É por isto que nossos Benfeitores recomendam disciplina em serviço, com disciplina no estudo e disciplina no amor ao próximo. 


De minha parte eu nunca pude deixar estas recomendações, a fim de prosseguir servindo com Emmanuel.”

E ajudava-me com os treinos, muito interessantes, que fazíamos em sua intimidade, ao lado de nossa irmã Lulu, também médium dedicada. 


— “Julinho, o Casimiro Cunha está propondo uma experiência adestradora…” 


Era o poeta-irmão, de Vassouras, compondo trovas, sonetos, sonetilhos em que ditava os versos seguidamente pelo Chico, por mim e pela Lulu. 

Depois era a vez do Chico comentar as “produções” que conseguíamos. 


Participavam, ainda, desses treinos, outros Espíritos poetas como o Sebastião Lasneau, o Alfredo Nora, o Cornélio Pires… 


Tenho guardadas estas produções como lembranças de um período muito rico em experiências construtivas na companhia do estimado amigo.

Também na área dos efeitos físicos, da ectoplasmia, de que eu já me valia, e muito, do convívio com o conhecido médium Peixotinho, da cidade de Campos, e das reuniões no Grupos da Fraternidade “Irmã Clotildes” (OSCAL), em Vitória – ES, do qual fiz parte desde sua fundação, pude absorver do Chico orientações mais amplas com relação às tarefas em apreço. 

Das reuniões com o Chico em Uberaba, como já disse, nasceram novas experiências que muito me gratificaram, como a produção de luvas em parafina, desenhos a guache, nanquim ou aquarela, produzidos na total obscuridade, esculturas em parafina, verdadeiras filigranas dos artistas espirituais. As reuniões com o Chico assumiam culminâncias divinas. 


Os companheiros presentes costumavam dizer: “Foi um “pedaço”, uma “nesga” do Céu na Terra!…


Junto ao Chico não há quem não aprenda e se transforme. 


Ao seu lado temos a impressão de se viver os tempos apostólicos do Cristianismo, com exacerbada motivação a nos tornar melhores. 


Com ele aprendi a compreender melhor o Movimento Espírita, com o que dele fazemos, e a abraçar com dignidade e renúncia todas as dificuldades que nos surjam ao longo do caminho. 


Por orientação do Chico, foram nascendo os livros que venho editando(1) para arrecadar fundos para a obra educativa à qual me dedico desde a sua fundação – o IAK. 


Mas com ele, efetivamente aprendi a necessária serenidade para vencer os obstáculos sem declinar de minhas obrigações fundamentais.


Com o Chico, muito coisa mudou em minha vida, e mudou para melhor, com certeza.


****


Junto ao Chico, a nossa postura sempre foi a do aprendiz, muito mais que cooperador. 


Nunca me passou pela cabeça qualquer pretensão de colaborador. 


O Chico ensejou-me valiosas oportunidades de participar das tarefas de psicofonia, nas reuniões mediúnicas privadas, sob a presidência do confrade Dr. Elias Barbosa. 


A cada momento, sorvíamos as lições que nos surgiam à frente.


Também na psicografia, tive experiências bastantes proveitosas, sobretudo quando realizávamos nas reuniões públicas. 


Mas eu creio ter vencido qualquer inibição, a partir dessa época, no que diz respeito às mensagens endereçadas particularmente a irmãos que buscam consolo na Doutrina ante a perda de familiares e amigos. Foram muitas, que o Chico examinava no dia seguinte, comigo, confirmando-me a filtragem e estimulando-me a prosseguir.


Quanto às páginas de Benfeitores Espirituais, foram tantas e tão diversificadas, tanto na forma, quanto no contexto, que não saberia precisar a que mais tenha marcado. 


Casimiro de Abreu, Cornélio Pires, Auta de Souza, Alfredo Nora, Sebastião Lasneau, Constâncio Alves Cruz e Souza… foram tantos! 


Não apenas eu, mas igualmente acontecia com a irmã Lulu, também médium, que sempre me acompanhava nestas viagens.


Certa vez Emmanuel ensejou-me filtrar-lhe o pensamento.


Quando me dei conta, estava com a mensagem psicografada à minha frente. 


Fiquei atônito! 


Quando o Chico pediu-me para ler, preferi fazer a leitura de alguma coisa filtrada dos Espíritos poetas, escamoteando a mensagem de Emmanuel. 


Parecia uma intromissão indébita no terreno do Chico. 


No dia seguinte, pela manhã, saboreávamos um cafezinho do “Bené” na cozinha do Chico, quando ele nos foi reclamando:


— “Julinho, meu querido irmão, por que você não leu a página de nosso caro Emmanuel?”


Corei-me, encabulado, entre evasivas desconexas. O Chico parecia ler, em secreto, meus receios.


— “Poderia deixar-me vê-la agora?” 


Eu a levara comigo no bolso traseiro da calça. 


Chico parecia saber de tudo, advinhar tudo… 


Ao término da leitura, com ar de satisfação, que me passou incrível bem-estar, concluiu com delicadeza: 


— “Emmanuel puro! 


Precisamos entender que Emmanuel não é de Chico nem de ninguém… 


Depois que abrimos a reunião com nossa prece, temos de confiar, Julinho!”


E examinando o texto uma vez mais, pediu-me: 


— “Poderia obter uma cópia desta página? 


Vou endereçá-la a um confrade de São Paulo que estava presente à reunião ontem e me havia indagado antes do seu início: 


– Chico, será que Emmanuel só pode psicografar por você? 


E quando você se for?… 


Os Espíritos guardam preferências por médiuns?


”E o grande médium acrescentou com humildade: 


— “Dei-lhe explicações bastante convincentes acerca das afinidades espirituais e dos compromissos assumidos em nome das responsabilidades mediúnicas, lembrando-lhe que Emmanuel é de todos e para todos… 


Esta mensagem veio a calhar, meu filho!…” 


Envergonhei-me com o sucedido, porém, acolhi à solicitação inesperada por absoluta obediência mediúnica.


1 – “Irthes & Irthes”, “Jornada de Amor”, “Seara da Esperança”, “Presença Jovem” e “Isto vos Mando”.

“O ESPÍRITA MINEIRO” NÚMERO 298 JULHO/AGOSTO – 2007. PÁGINA 7 Disponível em http://www.uembh.org.br/


Fonte:
http://chico-xavier.com/2007/08/21/na-intimidade-de-chico-xavier-2/. Acesso: 23 NOV 2014.












Mediunidade e Generosidade


Júlio Cezar Grandi Ribeiro, o Julinho, médium de psicografia, psicofonia, pictografia, de efeitos físicos e cura, desencarnou em Serra, região da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo, no próximo passado dia 12 de agosto de 1999. 


Diabético, esteve internado por cerca de três meses no Hospital Metropolitano, onde ocorreu o passamento. 


O sepultamento de seu corpo deu-se no Cemitério Jardim da Paz, no bairro de Laranjeiras, onde acorreram grande número de confrades, alunos e pessoas simples a quem ele atendia com desvelo e carinho nas lides espíritas em Vila Velha, no Bairro do Ibes, Espírito Santo.


Julinho nasceu na cidade de Cachoeiro de Itapemirim no dia 12 de maio de 1935. 


Filho de Claudionor Ribeiro e Hercília Grandi Ribeiro, ainda encarnada. 


Formou-se ele em Engenharia e era Professor Universitário na Universidade de seu Estado natal.
                        

De família católica, tomou conhecimento do Espiritismo no ano de 1952, aos 17 anos de idade, quando desabrocharam suas excelentes qualidades mediúnicas.
                        

Prestou relevantes serviços à divulgação da Doutrina dos Espíritos tanto na Federação Espírita do Espírito Santo quanto na Casa Espírita Cristã. 


Atualmente militava no”Complexo Educacional Cristão - Instituto  Allan Kardec.

Deixou alguns livros psicografados tais como: “Isto vos Mando”, ”Irthes e Irthes”, “Jornada de Amor”, “Presença Jovem” e “Seara da Esperança” todos editados pela Pedis.

                        
Recebia poemas de vários autores espirituais e consoladoras mensagens de Benfeitores Espirituais que também traziam  jovens desencarnados para através do chamado correio fraterno, consolarem mães e pais aflitos.
                        
Era comum ele e Maria de Lourdes Cordeiro Silva, a tia Lulu, psicografarem poemas em conjunto. 

Ele as estrofes pares, ela as estrofes ímpares e, ao final da psicografia, a poesia ficava completa sem solução de continuidade... 


Por várias vezes isso se deu e, eu própria fui testemunha de inúmeras...
             

Conta-nos ele próprio, no livro “de Amigos para Chico Xavier”, da Editora Didier o seguinte fato: recordo-me que estávamos em dias de festival de Caridade, promovido pela Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba; os convites de Chico Xavier eram , para mim, ordens de serviço... estávamos nas homenagens ao Kardec brasileiro, Dr. Bezerra de Menezes. Muita gente, muito movimento. 


Todos queriam ser úteis, desejavam colaborar de alguma forma. 


Preparar sacolinhas, empilhar quilos de gêneros alimentícios para a distribuição, selecionar roupas e calçados por faixa etária, preparar sanduíches para os assistidos etc... 


A conversa ia muito animada entre os confrades quando Chico Xavier perguntou-me, de chofre:
            

“Julinho, você recebeu minha última correspondência? 

Foi colocada no correio, aqui, em Uberaba, no dia...”

            
Perfeitamente, Chico. 

E segui suas recomendações: ler e rasgar!

            
“Mas você não me respondeu, não é mesmo? 


Os assuntos eram urgentes e muitos sérios.”

            
Respondi, sim, Chico. 


Fiz tudo conforme o recomendado, há quase duas semanas... 


O que teria acontecido? Algum extravio?

            
Ah!... reticencioso falou Chico, preocupado com a idéia de extravio da carta, pelo conteúdo de que era portadora. 


Eu, também me vi intranquilo. 


Ficamos em silêncio por breves segundos, quando Chico esboçando um sorriso, trouxe alívio às minhas preocupações:
            

“Julinho, o nosso amigo, o espírito José Grosso vem em nosso socorro. 


Está dizendo que sua carta está há dias nos correios da cidade. 


Está a salvo... 


Por um descuido ficou caída detrás de um móvel, mas ele vai agilizar para que o funcionário a encontre e a faça chegar até aqui. 


Que bom, meu caro José Grosso!... 


Deus o abençoe por tanta bondade em seu coração!” 


E o Chico entrou a comentar sobre o espírito José Grosso, desde os seus primeiros contatos nas reuniões com o médium Peixotinho.”
     

Daí a pouco ele acrescentou:
            

“Nosso José Grosso está dizendo que se eu apanhar a correspondência da semana , amanhã, é quase certo que a carta esteja entre as demais.”
            

No dia seguinte, fomos eu e a médium Lulu - Maria de Lourdes Cordeiro Silva - para a residência de Chico Xavier; muito carinho, gentilezas...

Chico serviu-nos biscoitos e, em dado momento, um jovem retorna da cidade com duas bolsas, de couro cru, abalrotadas de correspondência de todo o Brasil endereçadas à Caixa Postal  56 de Uberaba.
            

Uma montanha de cartas!
            

Diz-nos o Chico:
            

“O José Grosso está aqui, Julinho. 


Afirma que sua carta veio! 


E recomenda que eu a apanhe antes que os companheiros venham para me auxiliar .”
            

E sob os olhares curiosos, meu e da Lulu, o médium enfiou o braço direito naquela montanha de cartas sobre a mesa, retirando-o, em instantes, com a minha missiva em suas mãos!
            

“Eis sua carta, Julinho!”
            

Chico leu-a em silêncio e teceu comentários sobre a Misericórdia de Jesus. 


Um perfume de rosas invadiu o ambiente, exalando dos braços e das mãos do abençoado médium. 


Era tão abundante, que daí a instantes pingava sobre a mesa e assoalho. 


Fizemos uma prece.
            

Todos os assuntos da carta foram solucionados a contento!...


” assim termina o seu relato, Júlio Cezar Grandi Ribeiro, à Editora Didier na pessoa de Divaldo Mattos.

                               

Nossas homenagens a esse amigo humilde e carinhoso, alma de escol que por certo, num curto espaço de tempo, passados os momentos  iniciais do desencarne, estará a nos inspirar procedimentos generosos, conduta ilibada e comportamento cristão!



Fonte:




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Julinho, Júlio Cézar Grandi Ribeiro e Allan Kardec



Comemorando 150 anos do Livro dos Médiuns, dedico esse artigo ao grande médium Julinho, o Júlio Cézar Grandi Ribeiro.


Espírita após os 17 anos ultrapassando a barreira social do catolicismo teve uma grande atuação na seara Espírita doando sua mediunidade ao serviço fraterno.


Deixou alguns livros psicografados tais como: “Isto vos Mando”, ”Irthes e Irthes”, “Jornada de Amor”, “Presença Jovem” e “Seara da Esperança” todos editados pela Pedis.


“Era médium de psicografia, psicofonia, pictografia, de efeitos físicos e cura, desencarnou em Serra, região da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo, no próximo passado dia 12 de agosto de 1999. 


Diabético, esteve internado por cerca de três meses no Hospital Metropolitano, onde ocorreu o passamento. 


O sepultamento de seu corpo deu-se no Cemitério Jardim da Paz, no bairro de Laranjeiras, onde acorreram grande número de confrades, alunos e pessoas simples a quem ele atendia com desvelo e carinho nas lides espíritas em Vila Velha, no Bairro do Ibes, Espírito Santo.


” Julinho nasceu na cidade de Cachoeiro de Itapemirim no dia 12 de maio de 1935. 


Filho de Claudionor Ribeiro e Hercília Grandi Ribeiro, ainda encarnada. 


Formou-se ele em Engenharia e era Professor Universitário na Universidade de seu Estado natal.”


Um dos casos mais conhecidos relata a sua psicografia comprovadíssima do próprio Allan Kardec. Humildemente escondeu a carta que psicografou no Congresso Espírita duvidando de si mesmo, mas logo foi descoberto através de Divaldo como relatamos abaixo. 


Ainda deixo a mensagem de Allan Kardec. 


Fenomenal…


“No 1º Congresso Espírita Internacional, em Brasília, numa mesa composta por Divaldo Pereira Franco e outros companheiros, ele , Julinho, recebeu Mensagem assinada por Allan Kardec. 


Escrupulosamente tentou esconder a mensagem, quando Divaldo Pereira Franco recebeu aviso de Joanna de Ângeles dizendo que a mensagem era autêntica e que deveria ser divulgada. 


Humildemente ele aquiesceu.” …


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Saudação de Allan Kardec


Espíritas Brasileiros,


Eis que vos trago o amplexo de permanente estima e sincero louvor!


Estima que mais se amplia no convívio abençoado dos serviços do bem em nome do Senhor e Mestre. Louvor ante a grandiosa obra que empreendeis em nome da Caridade.


Contudo não vos apresento, na solenidade de profundo significado espiritual para tantos corações, senão o estandarte das vitórias parciais até aqui alcançadas, o qual empunharemos com dignidade e respeito, consciência e bom ânimo, prosseguindo disciplinados em nosso desiderato, rumo ao futuro de sublimadas metas.


Certo, rugem ainda sobre vossas cabeças as línguas de fogo que vos experimentarão nos testemunhos indispensáveis.


A palavra de ordem imperiosa e divina ainda e sempre é o AMOR!


E a recomendação inolvidável para as defensivas do movimento regenerador das almas é INSTRUÇÃO!


Amor que reúne esforços e unifica corações em torno da obra grandiosa que é a evangelização do Homem.


Instrução que identifica interesses comuns nos mesmos ideais, frutificação do estudo nobilitante que sempre defenderá os sagrados patrimônios a VERDADE!


Eis que os legítimos, leais e prestimosos servidores da Seara estão a postos em seus misteres esquivando-se à estagnação das rivalidades improdutivas e fugindo às discórdias vexatórias, quão danosas, fulcro de sombras.


Os méritos dos operários fiéis ao Senhor estão arrolados no acervo das responsabilidades que os situam na incansável batalha pela regeneração da Humanidade.


Apressam-se os tempos…


Cumprir-se-ão todas as afirmativas proféticas!


O homem de bem herdará a Terra!


Nada de novo vos poderei acrescentar aqui ao que já vos tenha dito amplamente enfatizado pelos arautos da grandiloqüente revelação. A Codificação Espírita ainda se vê essencialmente desconhecida de tantos corações que se rotulam de espiritistas, conquanto o movimento regenerador de almas permaneça lucidamente de pé em terras brasileiras.


Saúdo-vos, portanto, espiritistas irmãos, deste bendito Cenáculo da Federação Espírita Brasileira, almejando-vos, junto ao Mestre e Senhor, permanentes e infatigáveis esforços pela evolução individual e pelo avanço evolutivo do próprio orbe onde vos domiciliais na incomensurável Casa do Pai.


Aqui compareço tão-somente na condição de um servidor a mais na causa do Bem, deixando-vos a cordialidade do meu apreço, saúdo-vos uma vez mais respeitoso e gratificado.


    Allan Kardec




Página psicografada pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro, na noite de 02 JAN 1984, na FEB em Brasília (DF), or ocasião da solenidade comemorativa do I Centenário da Casa-Máter do Espiritismo no Brasil e transferência da sua Sede Central para Brasília.


Fonte:




domingo, 10 de agosto de 2014

Idalinda de Aguiar Mattos



Idalinda de Aguiar Mattos


Retornou à Espiritualidade no dia 22 de janeiro de 1999, no Hospital da Beneficência Portuguesa, no Catete, onde fora internada em virtude de uma queda com fratura do fêmur, no dia 31 de dezembro de 1998. 


Estava bem melhor, pronta para regressar ao lar, quando foi vítima de uma embolia cerebral, que a levou à desencarnação. 


O enterro de seu corpo ocorreu no Cemitério de São Francisco Xavier no bairro do Caju, com grande acompanhamento. 


Idalinda de Aguiar Mattos nasceu no dia 12 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. 


Filha de Joaquim Ferreira de Aguiar e D. Isabel Rosa Brandão de Aguiar. 


Realizou apenas o curso primário, na Escola Argentina, em São Cristóvão, porém, era autodidata.


Casou-se, no dia 25 de abril de 1933, com Armando de oliveira Silva Mattos. 


Tiveram apenas um filho, Armando de Aguiar Mattos (médico), já desencarnado. 


Criou vários adotivos. 


Tem dois netos: Mônica e Alexandre. 

Apesar de filha e neta de espíritas, optou pelo Catolicismo. 


Tornou-se espírita porque a sua mediunidade se manifestou em 1931, quando passou a freqüentar um Grupo Espírita Familiar, por dois anos consecutivos. 


Em 1934 (já casada), morando em Nova Iguaçu, iniciou seus estudos doutrinários com o Professor Leopoldo Machado, no Centro Espírita “Fé, Esperança e Caridade”.


Iniciou-se na divulgação radiofônica ao lado de João Pinto de Souza, em 1937, continuando depois com Geraldo de Aquino. 


Com Marília Barbosa e um grupo de abnegadas companheiras fundou, em 1938, em Nilópolis, a Associação Espírita “Seara de Jesus”, onde assumiu o cargo de 1º Tesoureiro.

Com Marília Barbosa e Leopoldo Machado fundou a Instituição “Lar de Jesus”, para meninas órfãs, assumindo o cargo de Secretário.


Em 1941, foi eleita Vice-Presidente do Grupo Espírita “Preito a Jesus”, em Anchieta.


De 1944 a 1945 ocupou o cargo de Presidente do Grupo Espírita “Bezerra de Menezes”, no bairro do Irajá.


Em 1945 fundou a Instituição Espírita “Cooperadoras do Bem Amélie Boudet”, com Jaime Rolemberg de Lima, em Vila Isabel, com finalidade de evangelizar detentos e amparar suas famílias. 


Em 1947 Aurino Barbosa Souto convocou-a para a Diretoria da Liga Espírita do Brasil, onde assumiu a direção do Departamento de Educação da entidade. 


Além das quatro Escolas mantidas pela Liga, tomou a responsabilidade de evangelizar crianças, criando as Aulas de Moral Cristã em diversas Casas Espíritas. 


Mais tarde foi diretora do Departamento de Assistência ao Presidiário da USEERJ (União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro).






Escolas Espíritas


Obra de Idalinda de Aguiar De 1956 a 1988, Idalinda de Aguiar Mattos fundou 16 Escolas Espíritas nas Unidades Prisionais sendo 14 no Rio de Janeiro e duas nas cidades de Cuiabá (MT) e Pelotas (RS). 


Em 1967, fundou o “Lar de Amélie Boudet”, para assistir filhos de presidiários. 


Cinco anos depois, o “Lar” sofreria solução de continuidade por absoluta falta de recursos. 


Em 1961 aprendeu o alfabeto Braille, para lecionar nas Unidades Prisionais do Rio de Janeiro, e com a ajuda de seus alunos transcreveu, para a Sociedade de Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB), cerca de 15 obras.


Nesse mesmo período (61-66), foi eleita Secretária da Comissão Bibliográfica da SPLEB. 


Médium consciente de seus deveres, possuía a mediunidade de psicofônica, psicográfica, auditiva e de cura. 


Era muito inspirada quando assumia a tribuna na tarefa do “Ide e Pregai”. 


Escreveu para diversos órgãos da Imprensa Espírita como Mundo Espírita, A Flama Espírita, Correio Fraterno do ABC, Aurora, Pernambuco Espírita, Despertador e tantos outros. 






De sua bibliografia constam: “Fatos e Comentários”, 1955; “A Mulher no Lar e na Sociedade”, 1967; “Conversando com Você”, 1970; “Curas através do Ectoplasma”, 1982. Todos esgotados.






Foi membro do Conselho Superior da Liga Espírita do Brasil, do Solar Bezerra de Menezes e da Fundação Cristã Espírita Cultural “Paulo de Tarso”. 


Um de seus artigos, publicado em Flama Espírita e no jornal O Dia, constou dos Anais da Assembléia Legislativa do antigo Estado da Guanabara. 


Lido e comentado pelo deputado Átila Nunes Filho na Assembléia e publicado no Diário Oficial de novembro de 1972. 


Juntamente com Deolindo Amorim, Antônio Paiva Melo, Ruth Sant’Anna, J. Alves de Oliveira, Carlos de Brito Imbassahy, Alberto de Souza Rocha e muitos outros idealistas, participou da ABRAJEE (Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas), dando o máximo de si. 


No IX Congresso da ABRAJEE apresentou tese, muito aplaudida e aprovada, sobre a promoção do estudo espírita nos estabelecimento penais.


Esteve a serviço da Doutrina em muitas cidades brasileiras. 


Em 4 de maio de 1986, a Instituição “Legionárias de Maria” prestou-lhe significativa homenagem no Dia das Mães, considerando-a a “Mãe do Ano” pelo seu belo e perseverante trabalho de “mãe dos encarcerados”. 


Espírita afeiçoada ao Bem, diligente, honesta, sincera em todas as suas iniciativas, formou em torno de si vasto círculo de amizade e de admiradores da sua obra. 


Além de seu trabalho socorrista, possuía notável capacidade de comunicação na difusão do Espiritismo, por todos os meios e formas. 


Podemos dizer, sem qualquer receio de errar: Idalinda de Aguiar Mattos teve uma vida missionária, toda dedicada aos necessitados em geral, e aos sofredores. (Fonte de pesquisa: Reformador, ano 117, maio de 1999, nº 2042)



Fonte

NÚCLEO ESPÍRITA IRMÃO MAURÍCIO. Disponível em http://www.neim.org.br/index.php/biografias/79-neimcategoriabiografias/160-biografias-idalinda-de-aguiar-mattos. Acesso : 09 AG 2014.


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Dona Idalinda era  amiga da nossa querida e saudosa companheira de ideal espírita , trabalhadora da UEAK Idalina da Costa Veiga, que nos revelou que certa vez Dona Idalinda  veio  à Petrópolis, para ouvir  uma pessoa que havia solicitado tratamento à distância através de ectoplasmia, que era realizado na Instituição Espírita Cooperadoras do Bem Amèlie Boudet, em Vila Isabel/RJ, para consolar pessoalmente essa pessoa necessitada de amparo médico- espiritual, que se encontrava em uma situação limite de sua atual caminhada.


Fica evidente que Dona Idalinda de Aguiar Mattos, foi uma seareira que secou muitas lágrimas e impediu que muitas outras fossem derramadas, exemplificando os ensinamento de Jesus ratificados pelos Espíritos Superiores nas Obras da Codificação.


Que Jesus envolva a ambas, pelas tarefas realizadas na Seara Espírita em prol dos " Companheiros do Caminho".