quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Jacques Aboab

 



Jacques Aboab e Chico Xavier na década de 50


Jacques Aboab


Nascido em Constantinopla, antigo nome da atual cidade de Stambul, capital da Turquia, no dia 15 de abril de 1889, desencarnou no Rio de Janeiro, a 5 de fevereiro de 1969.

 

Judeu de nascimento, filho de Benedito Aboab e Clarisse Aboab, viveu toda a sua infância na Argélia, ao norte da África.

 

Em sua adolescência, transferiu sua residência para a França, onde se especializou- na faina de mascate, percorrendo toda França desde a Bretanha ao Midi e do Atlântico à Lorena, ganhando duramente a vida com o suor de seu rosto, nessa laboriosa tarefa de todos os dias.

 

Aprendeu a falar corretamente o idioma francês.

 

Ainda como mascate, percorreu vários países da Europa e do Oriente próximo, principalmente a Grécia e o Egito.

 

Posteriormente viajou para a América do Sul, percorrendo vários países.


Por fim, fixou residência definitiva no Brasil, que, com o seu espírito nômade, percorreu todo, repetindo aqui a sua experiência adquirida na França, no constante labor pela sobrevivência.


Com o seu baú de miudezas, ia de porta em porta, no contato com a nossa gente, amou profundamente a Pátria brasileira, adotando-a como sua.


Em suas andanças conheceu a excelência da Doutrina Espírita, justamente em Recife, Pernambuco. A convite de amigos visitou a "Casa dos Espíritas de Pernambuco", no Bairro das Graças, o seu primeiro contato com a Doutrina, fazendo-se adepto sincero e fervoroso.

 

Como judeu, estava acima de quaisquer discriminações raciais, havendo aceito os Evangelhos de Jesus de todo o seu coração.


Jesus, que fora o maior Profeta de sua raça, a expressão máxima de toda a Humanidade.

 

Transferindo-se para o Rio de Janeiro em definitivo, aqui se iniciou no "Ide e Pregai", percorrendo os Centros Espíritas, levando sua palavra e a sua fé imorredoura nas promessas de Jesus, que amou com toda sua alma de crente.

 

Em sua loja, na rua Moncorvo Filho, fundou o Grupo Espírita "André Luiz", hoje situado na rua Jiquibar, na Praça da Bandeira, em sede própria. Logo começou a ser solicitado para orador de Semanas Espíritas, Confraternizações e outros acontecimentos.


Viajou por vários Estados do Brasil, levando sua palavra evangelizada.

 

Onde quer que se organizasse uma Semana Espírita, lá estava o Jacques, como ave canora, com sua ternura, seu amor e o desejo sincero de evangelizar as massas.


Como espírita deixou uma folha enorme de serviços prestados.

 

Fundou várias Instituições,trabalhou e cooperou eficientemente, na certeza absoluta da imortalidade da alma, dando tudo de si, como espírita, como amigo e como irmão.


Como pregador, muito se destacou na Seara, pela sua maneira dócil e interpretativa dos textos e parábolas evangélicas, vivendo-as com sentimento e ternura sem igual, prendendo a atenção da assistência que acorria em massa para ouvi-lo.


O médium Peixotinho trabalhou por vários anos ao seu lado no Grupo Espírita "André Luiz", com sua mediunidade de efeitos físicos, produzindo fenômenos de materializações e de curas.


Foi diretor da Maternidade "Casa da Mãe Pobre", outra nobre e respeitável Instituição, que mereceu todo o seu trabalho e dedicação.

 

Foi grande na sua simplicidade, espírito liberal, seareiro da primeira hora, inteiramente convencido de que só o amor constrói para a vida.


Sentia no âmago do coração, em todos os instantes, as sábias e eternas lições evangélicas!


Todos vibravam diante da mansidão e serenidade de seu verbo, emoldurado de expressões salutares.


Possuía liderança espírita e reconhecida humildade, seus atos e suas atitudes condiziam com os ensinamentos pregados e exemplificados por Jesus.


Muitos o trataram por papai Jacques, tal o respeito e a admiração que sua figura veneranda infundia na alma de seus correligionários, principalmente da mocidade pela qual era por demais querido e estimado.


FONTE:

Personagens do espiritismo. Disponível em <https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Jacques-Aboab.pdf>. Acesso: 10 SET 2020.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Dr. Albert Sabin - "Este é o meu presente para todas as crianças do mundo ."






"Este é o meu presente para todas as crianças do mundo ."  Albert Sabin


" Muitos insistiram que eu patenteasse a vacina, mas eu não quis. Este é o meu presente para todas as crianças do mundo ".


Albert Sabin - médico que descobriu a vacina contra a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil.


Nascido na Polônia e naturalizado nos EUA, esteve diversas vezes no Brasil para acompanhar os estudos e pesquisas; também foi casado com uma brasileira.
Dr. Sabin renunciou aos direitos de patente pela criação da vacina, disponibilizando-a para toda humanidade.


Os capacitores enviados com grandes missões estão por toda a Terra, em todas as culturas e em todas as áreas do conhecimento.


Nossa singela homenagem a esse grande benfeitor da humanidade!






Albert Sabin   

Agosto/2014 
Por Marco Antonio Negrão


O médico e microbiologista Dr. Albert Bruce Sabin nasceu em 26 de agosto de 1906, em Bialystok,  atual Polônia, à época pertencente à Rússia. 


Em 1921, sua família migrou para os Estados Unidos, devido à perseguição contra os judeus. Naturalizado norte-americano, a adaptação da família foi difícil, em virtude da pobreza.

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Com a ajuda de um tio, Albert Sabin começou seus estudos em odontologia, mudando depois para medicina. 


Em 1931, completou seu doutorado, na Universidade de Nova York.

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Fez residência no Hospital Bellevue, de Nova York e trabalhou no Instituto Lister de Medicina Preventiva, em Londres (1934), como representante do Conselho Americano de Pesquisas.

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Retornou aos Estados Unidos, tornando-se catedrático de pediatria na University of Cincinnati College of Medicine (1939-1946) e chefe da divisão de doenças infecciosas de uma de suas unidades de pesquisa.

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Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto servia como médico no exército americano desenvolveu vacinas contra a dengue e a encefalite japonesa, doenças que atacavam as tropas aliadas baseadas na África.

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Como pesquisador, no assunto poliomielite – paralisia infantil (1946-1960), para o Instituto Rockefeller de Pesquisas Médicas, em colaboração com cientistas de outros países, foi o primeiro a demonstrar o crescimento do poliovírus no tecido nervoso humano fora do corpo. 


Foi ele que invalidou a teoria de que o poliovírus entra no corpo pelo nariz e pelo sistema respiratório, demonstrando que a poliomielite humana é uma infecção do trato digestivo.

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Defendia que o vírus enfraquecido e vivo da poliomielite, administrado oralmente, daria imunidade por um longo período de tempo, em substituição à técnica de injeção com o vírus morto, conforme Jonas Salk (1953). 


Preparou então, uma vacina de uso oral de vírus vivos atenuados e, para garantir que a aplicação da vacina, por essa via, não traria riscos de contaminação e, sim,  imunidade mais duradoura contra a poliomielite, testou-a em si próprio.

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Por esse motivo, em 1957, a Organização Mundial de Saúde – OMS decidiu testar a vacina no mundo. 


Comprovada a eficiência do produto, foi lançado no mercado em 1961/62, eliminando a paralisia infantil em muitos países por ela atingidos. 


Albert Sabin renunciou aos direitos de patente para facilitar a utilização da vacina em todas as partes do mundo.

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A partir daí, Albert Sabin tornou-se conhecido mundialmente. Tornou-se membro do Instituto Weizmann de Ciência, na cidade de  Rehovot ( Israel), casou-se com a brasileira Heloísa Dunshee de Abranches Sabin  e esteve várias vezes no Brasil. 


Foi agraciado pelo governo brasileiro com a Grã-Cruz do Mérito Nacional (1967) e aposentou-se, em 1988, de suas atividades científicas.

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O Brasil foi o primeiro país a implementar o Dia Nacional de Vacinação, conforme sugestão do Dr. Albert Sabin.

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Hoje, no Brasil, a poliomielite é considerada,  pelas autoridades sanitárias, como doença erradicada (1994).  


Podemos olhar para nossas crianças, seguros de que esse mal terrível está dominado, graças à gotinha salvadora, embora, em dias passados, tenha causado males irreparáveis a uma parcela muito grande da população mundial.

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Em países como Nigéria, Paquistão e Afeganistão, a poliomielite continua a ser endêmica.

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A poliomielite  é uma doença infectocontagiosa, conhecida desde a pré-história. 


Em pinturas no Egito Antigo aparecem figuras com membros atrofiados. Também há referências na Roma Antiga.

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Em 1846, o médico Jacob Heine, ortopedista alemão, escreveu um texto caracterizando a doença. 


Outro médico alemão, Karl Medin, iniciou os primeiros estudos da doença, que passou a ser chamada de Doença de Heine-Medin. 


Em 1908, o vírus foi isolado.

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Qualquer resfriado dava medo. 


A doença era um mistério, atingia todas as classes sociais e ninguém sabia como se disseminava. 


A Europa sofreu grandes epidemias no século XIX e o Brasil tem registros da doença, desde o início do século XX. 


Esse pesadelo é bem mais recente do que parece. 


Até a poucos anos, víamos crianças usando aparelhos ortopédicos nas ruas e utilizando pulmões de aço nos hospitais (em cada duzentos casos, um provoca paralisia). 


Os membros inferiores são atingidos primeiro, mas, quando a doença chega aos músculos do sistema respiratório, é preciso usar um aparelho que permita a respiração artificial, como é o caso do pulmão de aço.

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No Brasil, até o final da década de 70, havia dois mil e trezentos casos/ ano e, a partir de 1980, com a introdução das campanhas de vacinação em massa, foi decrescendo. 


Três anos depois, em 1983, a incidência foi de quarenta e cinco casos. 


A última vítima a ser atingida pela paralisia infantil foi em 1989, na cidade de Souza, Paraíba.

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Devemos ressaltar o desprendimento desse espírito missionário, que trouxe a vacina para essa doença e, com plena consciência da sua tarefa e confiança na sua competência, aceitou autoinocular-se para mostrar o quanto era segura. 


Mais ainda, abriu mão dos seus direitos de patente, em favor da Humanidade.

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Albert Bruce Sabin morreu, vitimado por ataque cardíaco, aos oitenta e seis anos, em sua casa, em Washington, em 3 de março de 1993.


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Bibliografia:

Revista da Vacina – Ministério da Saúde – Centro Cultural da Saúde

Enciclopédia Britannica

www.guiadoestudante.abril.com.br




FONTE

NEGRÃO, Marco Antônio. Albert Sabin. Mundo Espírita.http://www.mundoespirita.com.br/?materia=albert-sabin >. Acesso 08 JUL 2020.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Irma de Castro Rocha (Meimei) - Carlos Alberto Braga Costa



Irma de Castro Rocha (Meimei)


"Um verdadeiro “sol que ilumina os tristes na senda da dor. Meimei, amor…”. Emmanuel

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Irma de Castro Rocha, este encantador espírito, ficou conhecida na família espírita como Meimei.


Trata-se de carinhosa expressão familiar adotada pelo casal Arnaldo Rocha1 e Irma de Castro Rocha, a partir da leitura que fizeram do livro Momentos em Pequim, do filósofo chinês Lyn Yutang.


Ao final do livro, no glossário, encontram o significado da palavra Meimei – “a noiva bem amada”.


Este apelido ficara em segredo entre o casal.


Depois de desencarnada, Irma passa a tratar o seu ex-consorte por “Meu Meimei”.


Irma de Castro Rocha não foi espírita na acepção da palavra, pois foi criada na Religião Católica.


Ela o era, porém, pela prática de alguns princípios da Doutrina Codificada por Allan Kardec, tais como caridade, benevolência, mediunidade (apesar de empírica), além de uma conduta moral ilibada.


Nasceu na cidade de Mateus Leme, Minas Gerais, a 22 de outubro de1922 e desencarnou em Belo Horizonte, em 1º de outubro de 1946. 


Filha de Adolfo Castro e Mariana Castro, teve quatro irmãos: Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde.


Aos dois anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna – MG.


Aos cinco anos ficou órfã de pai.


Desde cedo se sobressaiu entre os irmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligência notáveis.


Cursou até o segundo ano normal, sendo destacada aluna.


A infância de Meimei foi a de uma criança pobre.


Era extremamente modesta e de espírito elevado.


Pura e simples.


Adorava crianças e tinha um forte desejo – o de ser mãe, não concretizado porque o casamento durou apenas dois anos e houve o agravamento da moléstia de que era portadora: nefrite crônica, acompanhada de pressão alta e necrose nos rins.


Irma de Castro, na flor de seus 17 anos, tornou-se uma bela morena clara, alta, cabelos negros, ondulados e compridos, grandes olhos negros bastante expressivos e vivazes.


Foi nessa época que se tornou grande amiga de Arnaldo Rocha, que viria a ser o seu esposo.


Casaram-se na igreja de São José, matriz de Belo Horizonte.


 Na saída da igreja, o casal e os convidados viveram uma cena inesquecível.


 Depararam-se com um mendigo, arrastando-se pelo chão, de forma chocante, sujo, maltrapilho e malcheiroso.


 Meimei, inesperadamente, volta-se para o andarilho e, sensibilizada pela sua condição, inclina-se, entrega-lhe o buquê, beijando-lhe a testa.


 Os olhos da noiva ficaram marejados de lágrimas…


Arnaldo Rocha afirma que toda criança que passava por Meimei recebia o cumprimento: “Deus te abençoe”.


Havia um filho imaginário.


Acontecia vez por outra de Arnaldo chegar do trabalho, sentar-se ao lado de Meimei e ouvir dela a seguinte frase: “Meu bem, você está sentado em cima de meu principezinho”.


Meimei tinha a mediunidade muito aflorada, o que, para seu marido, à época, tratava-se de disfunção psíquica.


Estes pontos na vida de Meimei retratam os compromissos adquiridos em existência anterior, na corte de Felipe II, ao lado do marido Fernando Álvares de Toledo – o Duque de Alba (Arnaldo Rocha).


Nessa época seu nome teria sido Maria Henríquez.


Apesar do pouco tempo de casados, o casal foi muito feliz.


Ela tinha muito ciúme do seu “cigano”.


Arnaldo Rocha explica que esse cuidado por parte dela era devido ao passado complicado do marido.


Chico Xavier explicara que Meimei vinha auxiliando Arnaldo Rocha na caminhada evolutiva há muitos séculos, por isso a sua acuidade em adocicar os momentos mais difíceis e alegrar ainda mais os instantes de ventura.


Na noite da sua desencarnação, Arnaldo Rocha acorda, por volta de duas horas da madrugada, com sua princesa rasgando a camisola e vomitando sangue, devido a um edema agudo de pulmão.


O marido sai desesperado em busca de médico, pois não tinham telefone. Ao voltar, encontra-a morta.


A amizade entre o casal, projetando juras de eterno amor, teve início por volta do século VIII a.C.


Um general do império Assírio e Babilônico, de nome Beb Alib, ficou conhecendo Mabi, bela princesa, salvando-a da perseguição de um leão faminto.


Foi Meimei quem relatou a história, confirmada depois por Chico Xavier e traduzida inconscientemente pelo escritor e ex-presidente da União Espírita Mineira, Camilo Rodrigues Chaves, no livro Semíramis, romance histórico publicado pela editora LAKE, de São Paulo.


Essas reminiscências de Meimei eram tão comuns que, além desse fato contido no livro citado, há, também, uma referência à personagem Blandina (Meimei), no livro Ave, Cristo!


Aconteceu da seguinte forma:


Chico passou um determinado capítulo do livro para Arnaldo Rocha avaliar.


À medida que lia, lágrimas escorriam por suas faces, aos borbotões.


Ao final da leitura, Arnaldo disse para Chico:


“Já conheço esse trecho!”

Chico arrematou: 


“Meimei lhe contou, né?”


Nesse romance de Emmanuel, Blandina teria sido filha de Taciano Varro (Arnaldo Rocha), definindo a necessidade do reencontro de corações com vista à evolução espiritual.


Através da mediunidade de Chico Xavier, muitas outras informações chegaram ao coração de Arnaldo sobre a trajetória espiritual de Meimei.


À guisa de aprendizado, Arnaldo foi anotando essas informações e trabalhando, em foro de imortalidade, aspectos de seu burilamento.


Meimei tinha a mediunidade clarividente, conversava com os espíritos e relembrava cenas do passado.


Era comum ver Meimei, por exemplo, lendo um livro e, de repente, ficar com o olhar perdido no tempo.


Nesses instantes, Arnaldo olhava de soslaio e pensava: “Está delirando”.


Algumas vezes ela afirmava: “Naldinho, vejo cenas, e nós estamos dentro delas; aconteceu em determinada época na cidade…”.


Arnaldo, à época materialista, não sabendo como lidar com esses assuntos, cortava o diálogo, afirmando: “Deixa isso de lado, pois quem morre deixa de existir”.


Em seus últimos dias terrenos, nos momentos de ternura entre o casal apaixonado, apesar do sofrimento  decorrente da doença, Meimei tratava Arnaldo como “Sr. Duque” e pedia que ele a chamasse de “minha Pilarzinha”.


Achando curioso o pedido, Arnaldo perguntou o motivo e recebeu uma resposta que, para ele, era mais uma de suas fantasias:


 “Naldinho, esse era o modo de tratamento de um casal que viveu na Espanha no século XVI.


O esposo chamava-se Duque de Alba e a sua esposa, Maria Henríquez”.


Embevecido com a mente criativa na arte de teatralizar da querida esposa, entrava na brincadeira deixando de lado as excessivas perquirições.


Apresentamos esse ângulo da vida de Meimei para suscitar reflexões acerca do progresso espiritual por ela engendrado em suas diversas reencarnações – das quais citamos apenas algumas –, e que conduziram nossa querida amiga Meimei ao belo trabalho realizado em prol da divulgação da Doutrina Espírita, no Mundo Espiritual, aproveitando as vinculações afetivas com aqueles corações que permaneceram no plano terreno.


Em seus derradeiros dias de vida terrena, Meimei começou a ter visões.


Ela falava da avó Mariana, que vinha visitá-la e que em breve iria levá-la para viajar pela Alba dos céus.


Depois de muitos anos veio a confirmação através de Chico Xavier.


Arnaldo recebe do médium amigo, em primeira mão, o livro Entre a Terra e o Céu, ditado por André Luiz, no qual encontra uma trabalhadora do Mundo Espiritual – Blandina – vivendo no Lar da Bênção, junto com sua Vovó Mariana, cuidando de crianças.


Em determinado trecho, Blandina revela um pouco da sua vida terrena junto ao consorte amado.


Arnaldo Rocha narra um fato muito importante no redirecionamento de sua vida.


No romance “Ave, Cristo!”, que se desenvolve na antiga Gália Lugdunense, encontra-se um diálogo entre os personagens Taciano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier), no qual as notas do Evangelho sublimam as aspirações humanas.


Lívia consola Taciano, afirmando que “no futuro encontrar-nos-emos em Blandina”.


Essa profecia realizou-se mais ou menos 1600 anos depois, na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, no encontro “casual” entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, após o qual Arnaldo Rocha, materialista convicto, deixa cair as escamas que lhe toldavam a visão espiritual.


Graças à amizade fraterna entre Arnaldo Rocha e Francisco Cândido Xavier, reconstituída pelo encontro “acidental” na Av. Santos Dumont, a história de amor entre Meimei e Arnaldo manteve-se como farol a iluminar a vida dele, agora em bases do Evangelho, que é o roteiro revelador do Amor Eterno.


Depois daquele encontro, que marcou o cumprimento da profecia de Lívia e Taciano Varro, Arnaldo, o jovem incauto e materialista, recebeu consolo para suas dores; presentes do céu foram materializados para dirimir sua solidão; pelas evidências do sobrenatural, incentivos nasceram para o estudo da Doutrina Espírita, surgindo, por conseqüência, novos amigos que indicaram ao jovem viúvo um caminho diferente das conquistas na Terra.


Passando a viajar permanentemente a Pedro Leopoldo, berço da simplicidade da família Xavier, recebeu de Meimei, sua querida esposa, as mais belas missivas através da psicografia e da clarividência de Chico Xavier.


Faltam-nos palavras para expressar nossa ternura e respeito ao espírito Meimei que, por mais de seis décadas, tem inspirado os espíritas a seguir o Caminho, e a Verdade e a Vida Eterna.


Ao finalizar este singelo preito de gratidão a Irma de Castro Rocha, a doce Meimei das criancinhas, lembramos o pensamento do Benfeitor Emmanuel, que sintetiza a amizade dos trabalhadores do Espiritismo Evangélico em todo o Brasil com o Espírito Meimei:


um verdadeiro “sol que ilumina os tristes na senda da dor.

Meimei, amor…”.

Carlos Alberto Braga Costa


1 – Arnaldo Rocha, ex-consorte de Meimei, é trabalhador e conselheiro da União Espírita Mineira desde 1946. Amigo inseparável de Chico Xavier. Organizador dos livros Instruções Psicofônicas e Vozes do Grande Além, FEB. Co-autor do livro “Chico, Diálogos e Recordações”, UEM.

(Extraído do Jornal O Espírita Mineiro – janeiro/fevereiro de 2007 – Órgão de Divulgação da União Espírita Mineira)


Fonte

CHICO XAVIER, DIALOGOS E RECORDAÇÔES. Disponível em https://chico-xavier.com/2007/03/12/expoentes-do-espiritismo-irma-de-castro-rocha-meimei/. Acesso : 09 JUL 2018.





Foto de Meimei aos 17 anos .

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Gerson Simões Monteiro - Texto do Programa CEERJ em Movimento e Dados Biográficos da Rádio Rio de Janeiro




Gerson Simões Monteiro

Texto do Programa CEERJ em Movimento e
Dados Biográficos da Rádio Rio de Janeiro


Boa viagem amigo ... .


Comunicamos o desencarne de Gerson Simões Monteiro na noite desta quarta-feira dia 07/12/2016.


Antes de desdobrarmos,em formato de biografia, a inequívoca contribuição de Gerson Simões Monteiro à divulgação doutrinária e ao Movimento Espírita ,como editora desta página oficial do CEERJ,quero compartilhar com vocês uma cena que certamente traduz a singeleza e ao mesmo tempo a magnitude deste grande seareiro em prol da Unificação e da própria Doutrina Espírita.


Como jornalista e responsável pela roteirização do programa CEERJ em Movimento, certa tarde procurei o companheiro Gérson na Rádio Rio de Janeiro.


Minha intenção era colher dele, informações preciosas de como havia se dado o processo de fusão entre a FEERJ e a USEERJ,resultando na atual federativa do Estado do Rio de Janeiro - CEERJ.


Nada melhor que conversar com uma " fonte" que participou do fato,ou melhor,que foi um dos principais protagonistas para que a história acontecesse !
Gérson me recebeu cordialmente em sua sala de trabalho e quando expus a ele o motivo do meu contato , ele se alegrou. Ficou feliz em saber que faríamos um programa de resgate histórico de momento tão significativo para o engrandecimento da Unificação do Movimento Espírita do Rio de Janeiro.


Rapidamente, qual um menino diante da perspectiva de uma travessura,me conduziu a uma saleta.

Abriu cuidadosamente um arquivo,onde guardava com muito zelo e carinho, fragmentos de jornais,revistas, fotos e crônicas. 

Me disse: 


" Chris,faço questão de preservar estas memórias. Você levará como conteúdo para roteirizar o seu programa um jornal da época que guardei. " 
Resguardar a memória e os fatos do passado é assegurar em experiência e conhecimento,um bom legado para o futuro".


Estes ensinamentos me tocaram profundamente o coração.


Gerson Simões Monteiro, dedicado colaborador do Movimento Espírita Brasileiro, foi autor de significativas mudanças positivas para o Movimento Espírita do Rio de Janeiro e do Brasil, e ao mesmo tempo,era, ele próprio guardião das memórias que entregam às nossas lembranças o avanço inconteste da Doutrina de amor e caridade em Terras de Ismael.


O Espiritismo no Brasil já é um campo arado. 


E o amigo Gérson Simões Monteiro, que nos deixará imensa saudade,sem sombra de dúvidas se qualificou como um grande semeador.


Que seu retorno à Patria Espiritual seja repleto de bençãos e em preito de gratidão , reproduzimos aqui um trecho do roteiro que me ajudou a construir.


LEGADO UNIFICADOR NO RIO DE JANEIRO/Texto do Programa CEERJ em Movimento.

*

Locutor : 

Com a República, mostrava-se o amadurecimento de uma dinâmica espiritual favorável a profundas transições sociais e políticas . 


O momento reclamava ação renovadora . 


Em 15 de novembro de 1889, mais precisamente, chancelava-se a aurora de novos tempos ... .


O tempo era de mudanças , de novos sistemas , e competia a Espiritualidade Maior conservar e desenvolver , os bons frutos , advindos dos novos tempos .


Nesta virada de século , vimos surgir em 1884 a FEB , como casa máter do Espiritismo , e em efeito de desdobramento- as ações unificadoras , que começavam a florescer em cada parte da Pátria do Evangelho .


Acontecimentos históricos , impulsionados pela Proclamação da República guardam relação direta com fatos geradores de mobilização de fé .


A reforma da Constituição em 1891 , a primeira Constituição Republicana , dispara uma atmosfera gravíssima em relação a “ emendas religiosas “ . 


Houve um movimento de reação no país inteiro . 


Coligaram-se protestantes de todas as denominações , lojas maçônicas , espíritas de norte a sul e outros credos . 


Todos heterogêneos em crença, mas unos na defesa de um pensamento : derrubar as emendas, no Congresso Nacional .


A Liga Espírita do Brasil , nasce neste momento histórico, e é fundada em 31 de março de 1926 .


Ao longo dos anos , ganha outros nomes, e com a transferência da Capital Federal para Brasília , passa a ser a Liga Espírita do Estado da Guanabara .


Em 1978 teve seu nome alterado para Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro ( FEERJ), sempre mantendo seu legado de promover as ações de difusão doutrinária e unificadoras de um movimento espírita nascente .


Mais tarde esta vocação seria coroada em êxito com a fusão de corações e esforços, unindo-se aos tarefeiros da extinta USEERJ.


Sob os auspícios de nobres espíritos espíritas , que certamente aplaudiam, e viam seus esforços laureados de sucesso , deu-se o epílogo de um processo de união , dando origem a um órgão único unificador da Doutrina Espírita no Rio de Janeiro , O CEERJ . Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro .


O fato histórico ,de 26 de março de 2006 , deu-se na sede igualmente histórica da FEB na Avenida Passos número 30 palco pretérito de vitórias, dos primórdios do Espiritismo no Brasil .


Naquela data , mais de 500 pessoas compareceram ao evento para a criação de uma federativa única .


A Assembléia Geral Extraordinária , a primeira do CEERJ , efetivou a concretização do antigo sonho de unificação,e graças a um patamar de maturidade , repetiu cenas protagonizadas por confrades missionários do passado : trabalhadores espíritas , que conseguiram atenuar as dissensões esterilizadoras, para se unirem na tarefa impessoal e comum.


A necessidade da educação moral pessoal e coletiva tem sido o escopo das ações do CEERJ .


Como membro integrante do CFN , e entidade federativa estadual , procura somar esforços na consolidação da grande família espírita brasileira .


A tarefa de realizar um permanente contato com os grupos, centros ou sociedades espíritas, promovendo a sua união e integração, é meta primeira , favorecendo consonância aos impositivos maiores do movimento federativo , e da FEB .


Colocar à disposição das casas e núcleos espíritas , sugestões,trabalhos e programas de apoio tem sido os desafios diários , em prol da excelência de atuação , na abrangência do Estado do Rio de Janeiro.





Biografia de Gérson Simões Monteiro , cedida gentilmente pela Rádio Rio De Janeiro.




Gerson Simões Monteiro, nasceu em 29/07/1936, na cidade do Rio de Janeiro. 


Conheceu o Espiritismo na juventude quando participava da Mocidade Espírita Dias da Cruz, em Juiz de Fora (MG). Coordenou, desde 1956, o Grupo Espírita Maria de Nazaré no Hospital Santa Maria (Hospital Estadual), que atende aos portadores de tuberculose e outras doenças infecciosas, em Jacarepaguá (RJ).


Iniciou suas atividades no campo da divulgação do Espiritismo proferindo palestras, que se somaram a outras centenas de palestras nos centros espíritas do Rio de Janeiro e de outras cidades brasileiras, desde sua juventude.


Em 1962 ingressou no Departamento de Assistência ao Presidiário da Instituição Espírita Cooperadoras do Bem “Amelie Boudet”, colaborando, até 1985, como expositor de Doutrina Espírita da Escola “A Caminho da Redenção”, que funcionava no Presídio Milton Dias Moreira, situada na rua Frei Caneca.


Em 1974, em razão de doença coronariana, fez tratamento nas sessões de materialização para assistência aos enfermos, no Grupo Espírita Dias da Cruz, em Caratinga, Minas Gerais. 


Ficou curado, e em 1984, assumiu o cargo de vice-presidente do Grupo por indicação do médium Chico Xavier, do qual era grande amigo, e, nessa condição, passou a dirigir as reuniões de materialização para assistência aos enfermos, até o final de 1993.


De 1984 a 2003 presidiu a União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ), atual Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro (CEERJ).


Participou de diversos programas de TV desde 1973. Esteve presente, no período entre 1998 a 2004, no Programa Ecumênico da TV Globo, de abertura diária da programação, em rede nacional, a convite do presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB).


Em 1995, participou do 1º Congresso Mundial Espírita promovido pelo Conselho Espírita Internacional e realizado pela Federação Espírita Brasileira, em Brasília. 


No ano de 1998, participou do 2º Congresso Mundial Espírita, promovido desta vez pela Federação Espírita Portuguesa, em Lisboa, Portugal, onde apresentou o trabalho “A Instituição Espírita no Terceiro Milênio”.


Em 1999, fez parte, também, do 1º Congresso Espírita Brasileiro, em Goiânia, Goiás, como expositor do Seminário “O Movimento Espírita Brasileiro”.


Foi diretor da Fundação Cristã-Espírita Cultural Paulo de Tarso (FUNTARSO), operadora da Rádio Rio de Janeiro, desde 1989, na qual apresentava os programas “Debate na Rio” e “Respondendo aos Ouvintes”, participando também de outros programas.


Trabalhou como relator dos documentos Orientação ao Centro Espírita e Manual de Administração das Instituições Espíritas, publicados pela USEERJ. 


Na USEERJ, coordenou as ações decisivas para o processo de fusão entre as Instituições dos antigos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, isto é, Federação Espírita do Estado da Guanabara e Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, resultando na criação do CEERJ, Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro.


Gerson Monteiro foi articulista de jornais e revistas desde 1978. 


Assinava, aos domingos, a Coluna Espírita do Blog do Jornal EXTRA, desde 1998. 


Foi autor de 14 livros editados por diversas editoras, cujos direitos autorais transferiu para instituições beneficentes.


Profissionalmente, Gerson Simões Monteiro era formado em Economia, tendo trabalhado no Ministério da Educação e no Banco Nacional de Habitação, encerrando a carreira como consultor do Banco Mundial. 


Foi também professor da Faculdade de Economia da Escola Superior de Administração e Finanças.


Viúvo, teve do seu primeiro casamento, com Janet Mattoso, ao todo 4 filhos e quatro netos. 


Atualmente estava casado, em segundas núpcias, com Maíra Lengruber.


Gerson Monteiro estava exercendo seu terceiro mandato como presidente da FUNTARSO/Rádio Rio de Janeiro, eleito em abril de 2015, tendo sofrido internação hospitalar por conta de um tumor renal no dia 30 de abril de 2016. 


Submetido a cirurgia, ficou sete meses hospitalizado, vindo a falecer por complicações pós-cirúrgicas, no dia 07 de Novembro de 2016, aos 80 anos de idade.


Foram 32 anos dedicados à FUNTARSO/Rádio Rio de Janeiro, como conselheiro, diretor, programador e apresentador, em 60 anos de dedicação integral à divulgação do Espiritismo.


Amigo de todas as horas, irmão dedicado aos necessitados, nunca poupou esforços no campo da caridade.


Ao nosso Presidente Gerson Simões Monteiro, a homenagem, num preito de gratidão, dos diretores, funcionários e colaboradores voluntários da FUNTARSO/Rádio Rio de Janeiro.



A esse companheiro, que em várias ocasiões esteve presente na nossa Instituição / UEAK  nos contemplando com seu profundo conhecimento doutrinário e seus exemplos de vida, a nossa eterna gratidão !


Receba o nosso carinho , gratidão, respeito, admiração acrescido do buquê de flores espirituais!