sábado, 12 de janeiro de 2013

Manoel Philomeno Batista de Miranda







Manoel Philomeno Batista de 

Miranda



Um dos grandes nomes do Espiritismo na Bahia e no Brasil, cuja contribuição para a difusão e organização da Doutrina Espírita no Estado é de valor inestimável.



Manoel Philomeno Batista de Miranda, filho de Manoel Batista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição, nasceu em Jangada, município do Conde Estado da Bahia, , 14 de novembro de 1876 e desencarnou em 14 de julho de 1942 e continua trabalhando até hoje .


A partir da década de 1970, o seu nome foi adotado em psicografias, através da mediunidade de Divaldo Franco .


Tendo iniciado a sua vida profissional desde 1887, veio a Salvador com os pais em 1894, a trabalho.


Diplomado como bacharel em comércio e fazenda pela Escola Comercial da Bahia (atual Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia) em 1910, “Miranda era um conjunto de dotes artísticos e perfeitos.


Tão grande na moral e na modéstia, que poucos o compreendiam” (SILVA, 1976). 


Teve conhecimento da Doutrina Espírita através do médium Saturnino Favilla, conhecendo, no mesmo ano, José Petitinga, com o qual estabeleceria uma duradoura relação de amizade.


No ano seguinte, começou a frequentar as reuniões da União Espírita Baiana/UEB, recém-fundada. 


A partir de 1920, engajou-se nas reuniões ordinárias da Diretoria da União, sendo eleito secretário no ano seguinte.


Segundo Leopoldo Machado, ele era conhecido pelo estilo especial de tratar e doutrinar os assistentes das sessões (mediúnicas) da União, sempre cheia de ouvintes interessados ou curiosos das lições espiríticas de Miranda, baseadas sempre e infalivelmente num magistral versículo evangélico. (...)


Gentleman, na expressão exata do termo, era um autêntico diplomata espírita, capaz de resolver todas as dificuldades que sobreviessem em qualquer sociedade, espírita ou não(SILVA, 1976).


Em 1939, com a desencarnação de José Petitinga, que era presidente da UEB, Manoel Miranda (como assinava) assumiu a presidência da União (na época ele era o vice-presidente). Escreveu 3 obras, sem assinar sua autoria: 


o opúsculo “Porque eu sou Espírita” (1931), em resposta ao padre Humberto Rohden;


“Resenha do Espiritismo na Bahia” (1940) e



 “Excertos que Justificam o Espiritismo” (1941). 


Ele foi pioneiro no trabalho de catalogação dos Centros Espíritas existentes no Estado, tendo cadastrado cerca 18 Casas Espíritas nos anos de 1940 e 1941, mas, dizia ele, sabia da existência de mais de 100 Grupos estabelecidos .


Incansável nos trabalhos da União, Manoel Miranda, que sofria de problemas cardíacos, nunca se furtava aos seus deveres enquanto espírita.


Sofrendo horrivelmente do coração, subia inúmeras escadas, afim de não faltar às sessões, sorrindo e sempre animado quando os espíritos, conhecedores do seu melindroso estado, remendavam-lhe o máximo repouso. (...) Mas ele, impávido, replicava que era o seu dever. (...) Sentia imensa alegria em dar os seus últimos dias a serviço do Cristo. Não deixaria jamais de subir aquelas escadas enquanto tivesse forças (SILVA, 1976).






Manoel Philomeno com sua família



Desencarnou às 21 horas do dia 14 de julho de 1942, aos 65 anos. Fiel discípulo da Seara do Mestre, até o seu desenlace, “demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita” (Projeto Manoel Philomeno de Miranda).


Seu desencarne foi veiculado por diversos meios de comunicação da época, como A Tarde e o Jornal da Bahia. Na revista “O Reformador”, de agosto de 1942, foi publicado um texto em sua homenagem, escrito por seu amigo baiano Leopoldo Machado:


Discípulo como nós, de José Petitinga, o Miranda assimilou mais e melhor do que nós as lições do mestre. Até a voz e o jeitão de expor a Doutrina, as atitudes e aspecto fisionômico! Vê-lo na tribuna, pregando o Espiritismo, a cabeça tão branca e a voz tão mansa, era ver a José Petitinga!  


Dir-se-ia a expressão material do mestre, como assinalamos em nosso Ide e Pregai...


Na mesma revista, por autor desconhecido:


Por telegrama, de 14 de julho próximo passado, recebemos de Aurélio de Assis, operoso colaborador da União Espírita Baiana, a notícia do trespasse desse velho trabalhador da seara de Jesus, que vinha, na presidência da prestigiosa instituição, mantendo altos créditos doutrinários, que de longa data, lhe imprimira o venerando e saudoso José Petitinga, de quem se fizera mais que amigo, fiel discípulo.(...)


Metódico por índole, disciplinado por princípio, Philomeno Miranda dedicava-se de corpo e alma ao instituto em que fez o seu tirocínio de muitos anos.


Ao lado de Petitinga, que tinha nele justificadas esperanças, qual vimos na conduta exemplar. 


Serenamente mantida, na cátedra da União, após a desencarnação do íntegro preceptor e velho amigo, de quem, dizem, assimilará não apenas a boa seiva doutrinária, mas os modismos pessoais, de suavidade, simplicidade e brandura. 


Quem assim se impunha à estima e admiração dos seus companheiros de líderes espiritistas, não podia deixar de apresentar um padrão de vida particular e social ilibado.


Porém, o seu trabalho não terminou com perda do corpo físico. Schubert (1990) traz um relato de Divaldo Pereira Franco:


No ano de 1950 Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro, uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda (...).


No ano de 1970 apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.


Quando chegou ao Mundo Espiritual, foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.


(...) Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar em livros.
Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio.


(...) Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da Obsessão”, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.


Através da psicografia de Divaldo, Manoel Philomeno de Miranda (como assina em suas obras agora) escreveu mais de 15 livros, desde a década de 70, publicados pela FEB (Federação Espírita Brasileira) e a editora LEAL (Livraria Espírita Alvorada), sendo seu mais recente livro, “Transição Planetária”, publicado em 2010. 


 (...)Manoel Philomeno de Miranda, cujas contribuições para a Doutrina foram e são do mais alto calibre, apesar da sua imensa simplicidade, comprovada por todos os que aqui o conheceram quando encarnado e aos que o conhecem enquanto valoroso espírito imortal que o é. 


Nossos singelos agradecimentos, nas palavras de Leopoldo Machado.


Uma coisa, querido irmão e amigo, nós podemos garantir: fizeste ótimo negócio, crê.


Deixar uma vida como a que vivias; e um mundo como o que deixaste; e uma situação geral como que a Terra atravessa, não é o motivo para pesares, mas para felicitações.


Eu te felicito, pois, Miranda amigo e irmão!





REFERÊNCIAS

Livros da União Espírita Baiana. (sem autoria)- Resenha do Espiritismo na Bahia. Tipografia Naval. Bahia, 1940;

__________________________________Excertos que Justificam o Espiritismo. Tipografia Naval. Natal, 1941


MACHADO, L. Miranda, irmão e amigo. In: O Reformador. Ano 60. Rio de Janeiro. Agosto, 1942


SCHUBERT, S. C. O semeador de Estrelas. LEAL. Salvador, 1990.


SILVA, A.M. Biografia de Manoel Philomeno Batista de Miranda. In: Presença Espírita n°33. Salvador. Novembro, 1976.









Livros psicografados




As obras de Manoel Philomeno, psicografados pela mediunidade de Divaldo Franco, têm sido publicados pela Federação Espírita Brasileira e pela Editora Leal, de Salvador.


Entre os principais títulos, destacam-se:


Nos Bastidores da Obsessão 1970 FEB;

Grilhões Partidos 1974 LEAL;

Tramas do destino 1976 FEB;

Nas Fronteiras da Loucura 1982 LEAL;

Painéis de Obsessão 1984 LEAL;

Loucura e Obsessão 1988 FEB;

Temas da Vida e da Morte 1996 FEB;

Trilhas da Libertação 1996 FEB;

Tormentos da Obsessão 2001 LEAL;

Sexo e Obsessão 2003 LEAL;

Entre os Dois Mundos 2006 LEAL;

Reencontro com a Vida 2006 LEAL;

Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos 2009 LEAL;

Transição Planetária 2010 LEAL;

Mediunidade Desafios e Bençãos 2012 LEAL;

Amanhecer de Uma Nova Era 2012 LEAL;








O mais recente lançamento 'TRANSIÇÃO PLANETÁRIA' , 2010 LEAL, versa sobre os mecanismos e as razões de ordem superior da transição planetária.





FONTE

FEEB. Disponível em http://feeb.com.br/manoel/index.html . Acesso: 12 JAN 2013.

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